sábado, 19 de março de 2016

DATAFOLHA 4 – Sem ganhar voto, Marina lidera cenários para o 1º turno de 2018

Candidata da Rede aparece numericamente à frente em todos os cenários testados: é claro que acho uma má notícia, mas ainda é cedo

Por Reinaldo Azevedo - Não tá fácil pra ninguém! O fato é que, por enquanto, nenhum nome obtém vantagens eleitorais com a crise. É bem verdade que uma pesquisa feita a esta altura, faltando três anos e sete meses para a eleição de 2018, tem um valor muito relativo. Mais do que isso: o levantamento ocorre no auge da crise política, quando tudo parece contaminado pela roubalheira e pela safadeza. Afinal, o evento que está em curso não é trivial: o partido daquele ex-operário que se dizia a redenção dos oprimidos e a encarnação da ética na política se mostra o mais corrupto da história. Há certa descrença na política, sim. Ainda que não tenha ganhado eleitores — há situações em que até pode ter perdido —, Marina Silva, da Rede, aparece em primeiro lugar em todas as simulações eleitorais de primeiro turno para 2018. Ela não ganhou. Ocorre que os outros perderam.
CENÁRIO UM
No cenário em que a disputa opõe o tucano Aécio Neves, Marina e Lula (PT), a líder da Rede aparece numericamente à frente do senador do PSDB: 21% a 19% — dentro da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. Ela oscilou dois pontos para cima em relação a fevereiro. A notícia para Aécio não é boa: tinha 24% há um mês e 27% em dezembro do ano passado. Bolsonaro (PP) e Ciro Gomes (PDT) marcam 6%.
CENÁRIO DOIS
Num outro arranjo, com Geraldo Alckmin como candidato do PSDB, Marina mantém os mesmos 23% do mês passado, oscilando um ponto para baixo em relação a dezembro. Lula cai de 20% para 17%, e o tucano varia de 12% para 11%. Bolsonaro mantem os 6%, e Ciro vai a 7%.
CENÁRIO TRÊS
Com Serra disputando pelo PSDB, os números não são muito diferentes. Marina vai de 23% para 24%; o tucano, de 15% para 13%, e Lula tem a perda mais importante: de 21% para 17%. Ciro e Bolsonaro empatam em 7%. 
Marina, a ausente
Marina Silva é a figura de proa mais ausente hoje da política. Já se manifestou contrária ao impeachment porque diz apostar numa solução no TSE, que poderia cassar toda a chapa. Se isso acontecer nos dois primeiros anos, uma das possibilidades é haver nova eleição direta. A líder da Rede optou pela esperteza. Como o ambiente está muito crispado, ela prefere ficar à margem do processo, deitando fora sentenças morais. Não perdeu pontos, mas também não ganhou. É claro que é cedo. O PMDB, por exemplo, diz estar disposto à candidatura própria em 2018. Será que vai ser mesmo assim? E quem será o candidato? Tudo depende do que acontecer ainda em 2016. Todo mundo sabe o que eu acho. Penso que seria um desastre que Marina, a ausente, fosse a beneficiária da crise. Mas não creio que isso vá acontecer. Esse é o espírito de hoje. Muita coisa ainda vai acontecer. E nós já vimos que, na hora de a onça beber água, o trololó de Marina se esfarela. Dados os números, nesse particular, ninguém tem o que comemorar.

Um comentário:

Universidade de Direito á Distância disse...

Não falem mais destes corruptos em campanha! O Brasil é todo Moro!!! 91% de aceitação,no Brasil e 38% de aceitação nas Américas...O restante é só balela!!!