sexta-feira, 11 de março de 2016

Deputado do caso da assinatura falsa renuncia ao Conselho de Ética



O deputado Vinícius Gurgel (AP) acertou com o seu partido, o PR, a renúncia definitiva à sua vaga no Conselho de Ética da Câmara. A legenda indicará para seu lugar o deputado Laerte Bessa (PR-DF), um dos principais integrantes da bancada da bala e um dos poucos que saiu em defesa pública de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) após o Supremo Tribunal Federal transformar o presidente da Câmara em réu na Operação Lava Jato. Na quarta-feira (9) a Folha revelou que, de acordo com laudos grafotécnicos, é falsa a assinatura atribuída a Gurgel em um papel usado na operação em que aliados de Cunha tentaram enterrar o processo de cassação contra o peemedebista. Gurgel sustenta que a assinatura é sua, afirmando que eventuais discrepâncias se justificam pelos efeitos da ingestão conjunta de álcool e remédio "tarja preta". Os peritos dizem que as características que apontam a falsificação não têm relação com possíveis alterações motivadas por uso de bebida alcóolica e medicação controlada. No começo do mês, quando o Conselho de Ética aprovou por margem apertadíssima – 11 votos a 10 – dar continuidade ao processo de Cunha, Gurgel estava fora de Brasília. Como ele era voto certo a favor do presidente da Câmara, aliados apresentaram momentos antes da votação uma carta em que ele renunciava ao posto naquele dia. A operação teve o objetivo de permitir ao PR indicar outro deputado pró-Cunha e evitar o voto do suplente de Gurgel no Conselho, um deputado do PT contrário a Cunha. Laerte Bessa fez carreira como delegado da Polícia Civil e, nesta semana, foi ao microfone do plenário da Câmara defender Eduardo Cunha dos pedidos públicos de que o presidente da Câmara se afaste do cargo. Ele acusou os colegas contrários a Cunha de agirem como juízes: "Ainda tem processo, instrução criminal, e lá no final é que vai ser decidido. Estão prejulgando. Ele foi apenas denunciado e tem direito a ampla defesa".

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