segunda-feira, 14 de março de 2016

Em Maringá, 50 mil pessoas foram às ruas, o dobro de em março de 2015


Cinquenta mil pessoas foram às ruas neste domingo (13) em Maringá, Noroeste do Paraná, protestar contra o governo Dilma Rousseff. O número, apontado pelos organizadores do movimento Patriotas de Maringá e confirmado pela Polícia Militar ao final da movimentação, é o dobro do alcançado em manifestação semelhante realizada em 15 de março do ano passado. “Foi algo que superou nossas expectativas, nunca tivemos algo tão grandioso assim”, definiu uma das organizadoras, Márcia Maria de Freitas. De acordo com a PM, a manifestação transcorreu sem incidentes. Os participantes começaram a se concentrar ainda por volta das 13 horas na Praça da Catedral. Vestidos de verde e amarelo, eles levavam cartazes pedindo desde a intervenção militar no país à prisão do poderoso chefão Lula. A defesa do juiz maringaense Sérgio Moro, à frente da Lava Jato, foi o destaque da concentração. Salvas de palmas ao magistrado e à mãe dele – a professora Odete Starki Moro, vaiada recentemente na Câmara Municipal de Maringá –, frases como “Je suis Moro (Somos todos Moro)” e máscaras representando a face do juiz chamaram atenção entre os manifestantes. Numa tenda montada por apoiadores de Moro, era possível tirar fotos ao lado de uma reprodução dele em papelão, em tamanho real. As imagens, comentou a voluntária Cássia Franzoi, devem ser impressas para formar uma coletânea de apoiadores do magistrado. O material fará parte de uma campanha nacional que será entregue nas mãos do juiz. “Já mandamos mil fotos para ele em outra campanha”, contou. 


A multidão que se formou em frente à Catedral era composta por manifestantes de todas as idades. Aos 79 anos, a escritora Darcy Berbet Andrade fez questão de protestar empunhando um cartaz contra o comunismo. “Do jeito que está não tem como ficar. Tem que mandar para prisão todos os corruptos”, comentou. A bancária aposentada Edna Sassaki Zenke, de 61 anos, pedia, por sua vez, intervenção militar para reorganizar o Brasil. “Só com impeachment e intervenção para resolver”, reforçou. Ao lado de membros do movimento Brasil Brasileiro Maringá, ela protestava ainda contra a PEC 20-A, que institui o sistema de Parlamentarismo no governo, e o Foro de São Paulo. Em meio aos manifestantes, houve quem aproveitou a agitação para fazer um dinheiro extra. O vendedor ambulante Antônio Vicente, 61, colocou nas ruas todo o estoque de mercadorias da Copa do Mundo que não conseguiu comercializar na época do mundial. A expectativa ontem era “desovar” os materiais, desde camisetas e bonés a cornetas com as cores da bandeira do Brasil. “Se sobrar alguma coisa vai ser muito pouco”, disse. Após a concentração na praça, o público saiu em passeata com trio elétrico pelas ruas do entorno da Catedral de Maringá. No trajeto de cerca de 2 quilômetros, os manifestantes entoavam músicas contrárias a Lula, Dilma e ao PT. Um abraço ao redor da Catedral finalizou o ato, seguido de uma oração do Pai Nosso.

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