segunda-feira, 7 de março de 2016

Lula tentou reagir à Polícia Federal e à ordem judicial, dizendo que só sairia de casa algemado para ir depor



Em relatório assinado neste domingo (6), o delegado Luciano Flores de Lima, da Polícia Federal, afirmou que o ex-presidente Lula se negou, num primeiro momento, a sair de casa para prestar depoimento em uma sala do aeroporto de Congonhas, durante a 24ª fase da Lava Jato. O delegado Luciano Flores de Lima é originário de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, mas estava atuando em Cachoeira do Sul, antes de ser integrado à Operação Lava Jato. Ele é irmão do juiz federal Loraci Flores de Lima, que entrou como substituto no processo da Operação Rodin e assinou as sentenças. Esta foi uma operação político-policial realizada pela polícia política do PT, a Polícia Federal, sob comando do então ministro da Justiça, o peremptório petista "grilo falante" e poeta de mão cheia e tenente artilheiro Tarso Genro. O objetivo dele era amedrontar e encurralar todo o meio político gaúcho, e com isso ganhar o governo do Estado do Rio Grande do Sul. Ganhou, mas fez o pior governo da história do Estado, levado o Rio Grande do Sul à completa falência econômico-financeira. Lula disse para o delegado Luciano Flores de Lima que só deixaria seu apartamento "algemado". Luciano Flores de Lima foi o chefe da equipe policial que esteve no apartamento de Lula na manhã de sexta-feira (4) durante a Operação Alethéia, que investiga a relação do ex-presidente com empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras. A Polícia Federal chegou na casa de Lula às 6 horas de sexta-feira. A porta foi aberta pelo próprio, que então, na versão policial, foi informado da busca e apreensão no local e de que deveria acompanhar a polícia até Congonhas. "A fim de que sua saída do prédio fosse feita antes da chega de eventuais repórteres e/ou pessoas que pudessem fotografar ou filmar tal deslocamento", disse o delegado. Foi quando Lula, segundo ele, recusou-se a acompanhá-lo: "Foi dito por ele que não sairia daquele local, a menos que fosse algemado. Disse ainda que se eu quisesse colher as declarações dele, teria de ser ali", contou Flores de Lima. "Respondi então que não seria possível fazer sua audiência naquele local por questões de segurança, pois tão logo alguém tomasse conhecimento disso, a notícia seria divulgada e poderia ocorrer manifestações e atos de violência nos arredores daquele local, o que prejudicaria a realização do ato", informou o delegado, em documento tornado público pela Justiça Federal do Paraná. Pelo relato do delegado da Polícia Federal, Lula foi informado que, caso se recusasse a acompanhar a autoridade policial, seria então aplicada a condução coercitiva, ou seja, ele seria levado à força para depor. "Momento em que lhe dei ciência de tal mandado", diz Flores de Lima. Após conversar com seu advogado, Roberto Teixeira, por telefone, Lula concordou em seguir para o aeroporto. "Logo depois de ouvir as orientações do referido advogado, o ex-presidente disse que iria trocar de roupa e que nos acompanharia", afirma o relatório. A Polícia Federal diz que Lula entrou numa viatura "discreta", tendo sido orientado a ficar em posição atrás do motorista, "sem aparecer entre os bancos, pois assim impediria que qualquer pessoa que estivesse na rua conseguisse captar sua imagem". De acordo com o delegado, as perguntas e respostas do depoimento foram gravadas em áudio e vídeo para posterior transcrição. "Após a assinatura do termo (do depoimento), foi permitida a entrada no local de diversos parlamentares federais que batiam na porta e chegaram a forçar para entrar naquele recinto, durante a audiência", destacou Luciano Flores de Lima, o irmão do juiz federal Loraci Flores de Lima, de Santa Maria, que assinou as sentenças da Operação Rodin.

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