quarta-feira, 2 de março de 2016

Morre no Rio de Janeiro o músico Severino Filho, do grupo de bossa nova "Os Cariocas"


Um dos fundadores da banda de bossa nova Os Cariocas, o músico Severino Filho, morreu na manhã desta terça-feira (1º), no Rio de Janeiro, aos 88 anos. Ele estava internado desde o dia 18 de janeiro, com um quadro de trombose pulmonar, no Hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense. O músico morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Nascido em Belém, no Pará, e pai da atriz Lúcia Veríssimo, Severino era cantor, instrumentista e arranjador. Foi o único a participar de todas as nove formações da banda. Um dos mais antigos do País e, ainda hoje, importante expoente da bossa nova, o grupo Os Cariocas foi formado em 1942 por Severino e seu irmão mais velho, Ismael Netto. 

Também integravam o conjunto, na primeira formação, colegas do bairro da Tijuca: Emanuel Furtado, o Badeco, Waldir Viviani e Jorge Quartarone, o Quartera. A banda começou com pequenas apresentações no bairro e despontou na Rádio Nacional em meados dos anos 1940. O sucesso viria em 1948, com a gravação de "Adeus, América", de Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques, mais tarde incorporado ao repertório da Bossa Nova por João Gilberto. Em 1962, o grupo participou, ao lado de Tom Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto, do show "O Encontro", em que foram apresentadas pela primeira vez algumas das canções mais clássicas da música brasileira, entre elas "Samba do Avião", "Samba de uma nota só", "Só danço samba", "Corcovado", "A benção" e "Garota de Ipanema". O conjunto chegou a ficar separado por 21 anos entre as décadas de 1960 e 80, mas retomou as apresentações. Severino também trabalhou como arranjador da Rádio Nacional, organizou um coro de 12 vozes e uma orquestra de baile, a Panamericana, com a qual gravou quatro LPs. O músico, e sua trajetória com Os Cariocas, é tema de um documentário dirigido pela filha Lúcia, que será lançado ainda em 2016.

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