terça-feira, 22 de março de 2016

Polícia Federal diz que ex-tesoureiro de presidente do PT recebeu R$ 2 milhões da Odebrecht


A Polícia Federal identificou ordens de pagamento de R$ 2 milhões da Odebrecht para William Ali Chaim, que trabalhou para o ex-ministro da Casa Civil, o bandido petista mensaleiro José Dirceu, preso pela Operação Lava Jato, e é ex-tesoureiro da campanha do presidente do PT, Rui Falcão, a deputado federal. O nome de Chaim aparece na lista de beneficiários de repasses feitos pelo setor de Operações Estruturadas da empreiteira. Segundo os investigadores, era o departamento responsável por desembolsar propina, em movimentações registradas numa contabilidade paralela. Planilhas apreendidas pela Polícia Federal apontam Chaim como o encarregado de recolher valores a serem pagos pela construtora a "Feira". De acordo com a Lava Jato, "Feira" é o codinome de João Santana, marqueteiro das campanhas presidenciais do poderoso chefão e ex-presidente Lula, em 2006, e da presidente Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. Conforme a Polícia Federal, Chaim recebeu o montante em duas parcelas de R$ 1 milhão, nos dias 12 e 13 de novembro de 2014, oito meses após a deflagração da primeira etapa da Lava Jato. A entrega foi feita num flat, em Moema, na capital paulista. As informações constam no relatório da Polícia Federal relativo à 26ª etapa da Lava Jato, deflagrada na manhã desta terça-feira (22) e batizada de "Xepa", que cumpriu ao todo 110 mandados judiciais em oito Estados e no Distrito Federal, entre eles o de condução coercitiva de William Chaim. "Com relação aos recebedores foi possível preliminarmente verificar que parte deles possui algum vínculo prévio com agentes públicos ou políticos ou que consistem eles mesmos em agentes públicos, o que corrobora a suspeita de que os valores movimentados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrechr tenham sido para pagamento de vantagens indevidas.", conclui a Polícia Federal. O material revela ainda que a operação financeira entre a empresa e Chaim ficou a cargo de "MBO", "claramente indicando ser Marcelo Odebrecht" (dono da empreiteira que leva seu sobrenome e preso na Lava Jato), afirma a Polícia Federal. 

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