terça-feira, 22 de março de 2016

Polícia Federal suspeita que Baiano recebeu da Odebrecht ao negociar delação

O relatório da Polícia Federal que embasou buscas da 26ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira (22), mostrou que o operador Fernando Soares, o Baiano, pode ter recebido propina da Odebrecht enquanto estava preso em Curitiba negociando seu acordo de delação premiada. Um documento da empreiteira apreendido pela Polícia Federal aponta pagamento de R$ 550 mil em de junho de 2015 em um endereço no centro do Rio de Janeiro ligado à Hawk Eyes Administradora de Bens LTDA, empresa de Baiano que também foi alvo da Lava Jato. Segundo os investigadores, foi encontrado nas buscas da Odebrecht um registro de um possível pagamento para um destinatário chamado Gustavo. "Curiosamente, Fernando Antônio Falcão Soares possui um irmão chamado Gustavo", afirma o relatório da Polícia Federal. Na época do possível pagamento, Baiano negociava seu acordo de delação, que foi homologado pelo ministro Teori Zavascki em outubro do ano passado. Gustavo, irmão de Fernando, foi um agente importante na condução da defesa do lobista, responsável pela contratação de seu advogado e da administração dos negócios da família após sua prisão. Eles costumavam visitá-lo quase toda semana em Curitiba (PR). A pessoas próximas, Gustavo sempre se queixava da falta de recursos para manter a família após a prisão de Baiano. Ele foi um dos alvos da condução coercitiva desta terça para prestar depoimento à Polícia Federal. O registro do possível pagamento fez parte da documentação coletada por investigadores por meio da secretária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares, que firmou acordo de delação premiada com procuradores da Lava Jato no início do mês. Ela era uma das responsáveis pela gestão das contas de onde saiu o suposto pagamento a Baiano.

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