segunda-feira, 14 de março de 2016

Relação entre PT e PMDB foi se esfacelando, diz senador Romero Jucá

Criticado por senadores do PT sobre o recente posicionamento do PMDB em relação ao governo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que a vinculação entre os dois partidos "foi se desconstruindo" e "se esfacelando" desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014. Recém-eleito vice-presidente da legenda, o senador disse ainda que o PMDB faz parte da administração do país mas não tem "nenhuma ingerência sobre a política econômica do governo" que para ele, "é algo que está destruindo o País". "O PMDB tem procurado ajudar o governo. O que nós temos que ver é o seguinte: da eleição para cá, esse processo de entendimento, de parceria foi se desconstruindo, ele foi se esfacelando", disse em discurso no plenário do Senado. O peemedebista citou como exemplo o alijamento do vice-presidente da República, Michel Temer, da coordenação política do governo. "Há alguns meses, foi dito que haveria, de certa forma, um reengajamento do PMDB e que o vice-presidente Michel Temer iria coordenar a questão política do governo, tentar construir alianças, rever posições. Isso, depois de alguns meses, deu em água e deu em afastamento do vice-presidente Michel Temer dessas atividades", reclamou. O senador fez a análise sobre a relação entre os dois partidos em resposta às críticas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). No plenário, a petista afirmou que o PMDB faz parte do governo e, portanto, deveria se unir à presidente Dilma Rousseff para apresentar respostas ao País. "Vossa Excelência não se coloca nem como governo e nem como oposição. Diz que o PMDB vai ter uma postura de tentar ter saídas para o País mas o PMDB é governo. Não dá para ter uma posição distanciada, como se olhasse do outro lado, e isso fosse uma responsabilidade única e exclusiva do PT. Para o bem e para o mal, o PMDB está junto nessa caminhada, construiu o governo que temos aqui", disse Gleisi ao lembrar também que o PMDB ocupa sete ministérios e tem a vice-presidência da República. Jucá afirmou também que a decisão do partido de analisar um eventual desembarque do governo apenas em 30 dias foi tomada para se debater a situação da legenda com "profundidade". "Nós temos hoje um momento de extrema dificuldade, de relevância. A política é dinâmica. Se o PMDB fosse oportunista, se o PMDB fosse precipitado, se quisesse fazer jogo de mídia, teria votado no sábado na convenção nacional do partido o afastamento e rompimento. Nós não fizemos isso porque nós agimos com consequência", disse. 

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