segunda-feira, 25 de abril de 2016

Companhias aéreas vão reduzir mais vôos em maio por causa da recessão


A partir de 1º de maio, a oferta de vôos no País cairá ainda mais. Só a Gol cortará 180 vôos diários, incluindo redução de frequências e suspensão de rotas. A empresa vai deixar de voar para quatro destinos domésticos (Imperatriz, Altamira, Ribeirão Preto e Bauru) e quatro internacionais (Miami, Orlando, Aruba e Caracas), além de adiar por tempo indeterminado o início do vôo para Cuba. No dia 17 de maio, a Azul inicia a sua malha de inverno, com ajustes nas ligações para 20 cidades e corte nos vôos para Cascavel e Pelotas — depois de ter paralisado neste mês as operações na Pampulha (BH) e em Rio Branco (AC). E, no dia 22 de maio, a TAM vai diminuir as frequências semanais entre Galeão e Miami. Os cortes vão acentuar ainda mais o processo de encolhimento da malha, segundo levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Na terceira semana de abril de 2016, o setor fez uma programação de 18.572 vôos domésticos, uma diferença de 1.131, na comparação com o mesmo período do ano passado. No caso das ligações para fora do País, a diferença é de 45 vôos a menos. O enxugamento da oferta faz parte do planos de negócios das empresas para recuperar receitas, diante da crise na economia, que afugentou os passageiros, principalmente de negócios, que pagam tarifas mais caras. Além disso, a oscilação do câmbio afeta os custos operacionais da aviação. Um executivo do setor disse que o principal objetivo é recuperar tarifas para cobrir prejuízos: "A tarifa média caiu 18% entre 2014 e 2015 e, nesse momento de dificuldades, precisamos recuperar tarifas". Com o enxugamento das rotas, o Galeão perdeu dez vôos (de 452 para 442), considerando seis destinos (Salvador, Guarulhos, Congonhas, Brasília, Curitiba e Manaus). No Santos Dumont, o número foi mantido em 702, mas houve redução nas ligações para Congonhas, Brasília e Guarulhos e aumento para Curitiba e Salvador. A saída da Gol de algumas rotas vai prejudicar a concorrência em Imperatriz (só Azul e TAM continuam lá); Altamira (só Azul); Ribeirão Preto (Azul, TAM e Passaredo) e Bauru (Azul e TAM). Com o corte de frequências da Azul, os passageiros de Cascavel e Pelotas terão menos opções (ficarão apenas dois vôos em Cascavel e um em Pelotas). Somente Azul e Passaredo operam nestes dois destinos. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, desde o dia 17 deste mês, está suspenso o vôo direto da TAM entre Manaus e Galeão (as alternativas são as conexões em Brasília e São Paulo). No dia 10, a empresa já tinha cortado de sete para cinco o número de frequências semanais entre Galeão e Nova York (JFK), e no próximo dia 22, será reduzida a oferta de assentos para Miami. No Santos Dumont, a Azul deixou de fazer a rota para Congonhas (um vôo aos sábados), para o aeroporto da Pampulha, de Florianópolis e de Campo Grande. Os ajustes começaram em janeiro e se acentuaram neste mês. Segundo a Infraero, as opções de vôos também caíram em Curitiba, onde as obras acabaram de ser entregues; em Santarém-PA; em Salvador, que teve o saguão ampliado e aumento dos check-ins; e em Vitória, que está em obras. Com a saída da Azul da Pampulha, a lanchonete foi fechada por causa da queda no movimento. O aeroporto de São José dos Campos-SP foi reformado, mas não tem mais vôos. A TAM, única empresa que atendia o terminal, suspendeu as operações. Mesmo no Santos Dumont, um dos mais demandados do País em função da ponte aérea Rio-SP, houve redução na malha de 10%, segundo a Infraero. O novo pátio do aeroporto foi entregue recentemente, além de uma nova área comercial e de alimentação e um hotel. Levantamento do site de vendas de passagens Decolar.com mostra que os pacotes para maio já estão mais caros, na comparação com o mesmo mês de 2015, considerando os dez destinos mais procurados pelos turistas. Para Curitiba, o aumento médio no preço do pacote chegou a 206%, seguido por Florianópolis (137%), Gramado (109%) e Maceió (89%). No caso de Natal, a alta foi de 50%; Porto Seguro (46%); Recife (42%); Rio de Janeiro (40%) e Porto Alegre (16%). Houve queda na tarifa média apenas para Foz do Iguaçu. Nos vôos internacionais, a alta mais expressiva foi para Cancun (México), de 26%; seguido por Montevideo (Uruguai), de 23%; Punta Cana (República Dominicana), de 10%; e Las Vegas, de 8%. Em compensação, o custo caiu em outros destinos, como Buenos Aires (Argentina), Orlando (EUA) e Santiago (Chile). (O Globo)

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