sexta-feira, 8 de abril de 2016

Eduardo Cunha diz que vai anunciar regras só na hora da votação do impeachment


Adversário do Palácio do Planalto e um dos principais articuladores do grupo que trabalha pela destituição da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quinta-feira (7) que só anunciará as regras detalhadas da votação final do impeachment no próprio dia. "Vou interpretar o regimento na hora", afirmou o peemedebista. Um dos pontos obscuros diz respeito à ordem de chamada dos deputados para declarar o voto no microfone do plenário. Cunha e aliados querem fazer a chamada por Estados e deixar para o final a região Nordeste, em tese mais favorável à Dilma. O objetivo é criar uma onda pró-impeachment durante a votação. Em 1992, no impeachment de Fernando Collor de Mello, o então presidente da Casa, Ibsen Pinheiro, fez a chamada por ordem alfabética justamente com o argumento de que a chamada por Estado poderia levar a direcionamento do resultado. "Não tem previsão regimental para isso, foi uma decisão política adotada pelo presidente na época. Com certeza absoluta não vou seguir esse critério. Não entendo que qualquer ordem beneficie quem quer que seja", disse Cunha. Outro ponto diz respeito à chamada oral de eventuais faltosos. O governo manobra para esvaziar o plenário no dia da votação, já que a ausência é benéfica a Dilma. É preciso pelo menos 342 dos 513 votos para que o Senado seja autorizado a abrir o processo de impeachment. Ciente disso, Cunha pretende fazer sucessivas chamadas no microfone dos faltosos. Nesta quinta, ele disse que com certeza fará uma segunda chamada e, talvez, uma terceira. 

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