quinta-feira, 21 de abril de 2016

Em gravação, assessor de Delcídio do Amaral relata orientação recebida para pegar dinheiro

O ex-chefe de gabinete do senador Delcidio do Amaral, Diogo Ferreira, revelou detalhes e entregou provas em sua delação premiada, homologada no último dia 14 pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Delcídio também fez acordo de delação, homologado pelo ministro Zavascki.


Diogo Ferreira contou em depoimentos à Procuradoria-Geral da República como se deram pagamentos que seriam destinados à família de Nestor Cerveró. A defesa do ex-diretor da Petrobras nega as acusações. O ex-assessor de Delcídio disse que viajou três vezes a São Paulo para pegar dinheiro. Na primeira, em 12 de junho do ano passado, ele diz ter recebido orientações do empresário Mauricio Bumlai, filho de José Carlos Bumlai – investigado na Lava Jato e amigo do poderoso chefão e ex-presidente Lula. Em uma troca de mensagens em um aplicativo de celular, Mauricio Bumlai gravou mensagem de áudio na qual, segundo a delação, orienta Diogo Ferreira: “É melhor ele te pegar lá... saindo ali do desembarque, no mesmo piso, você nem desce a rampa de táxi. Sai ali à direita, e ele já vai tá lá, tá? Eu vou te passar ... os dados do carro dele, aí você liga para ele e fala... já estou saindo... ele estará lá... É um Ômega preto, placa NRO 8808, NRO 8808, um Ômega preto". Segundo a delação, a orientação era para que ele, Diogo, pegasse dinheiro dentro de um carro, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O ex-chefe de gabinete contou que dentro do carro “havia uma sacola com uma caixa de vinho e que o motorista disse que aquela era a encomenda de Mauricio Bumlai”. Diogo Ferreira relatou que pegou o dinheiro e entregou depois, ainda no aeroporto, para Edson Ribeiro, que era advogado de Cerveró. O ex-assessor disse nos depoimentos que, segundo Delcidio do Amaral, esses pagamentos, apesar de feitos a Edson Ribeiro, eram direcionados à família de Cerveró. A advogada de Cerveró, Alessi Brandão, negou as acusações de Diogo Ferreira e afirmou que a família do ex-diretor da Petrobras não recebeu o dinheiro citado na delação.

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