sexta-feira, 29 de abril de 2016

Ex-aliado de Eduardo Cunha o acusa de receber R$ 52 milhões de propina em transação envolvendo Porto Maravilha

Na negociação para uma delação premiada, o ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, confirmou a existência de pagamentos de propina a seu padrinho político, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em troca da liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS. Indicado ao cargo justamente por Eduardo Cunha, Cleto passou a negociar uma delação com a Procuradoria-Geral da República depois de ter sido alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal, em dezembro, cinco dias depois de ter sido exonerado do cargo. Caso confirmada sua colaboração, será o sétimo investigado da Operação Lava Jato que acusa Eduardo Cunha de envolvimento com corrupção. Segundo investigadores, Cunha é o principal alvo dos relatos de Cleto, mas também há citações a outros políticos. As declarações foram dadas em uma fase preliminar da delação. O acordo com a Procuradoria Geral da República está em fase adiantada de negociações, mas só depois que for assinada com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a colaboração será encaminhada ao Supremo para homologação. Nesses relatos preliminares da colaboração, o ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal confirmou que houve os pagamentos de propina a Eduardo Cunha relatados pelos delatores da Carioca Engenharia, Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior. Segundo os empresários, Eduardo Cunha cobrou R$ 52 milhões de propina em troca da liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS para o projeto do Porto Maravilha, do qual a Carioca obteve a concessão em consórcio com as construtoras OAS e Odebrecht. A Procuradoria Geral da República investigava uma possível ligação de Fabio Cleto com o esquema, quando ele entrou em contato em busca da delação. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já afirmou anteriormente que não recebeu valores da Carioca Engenharia, mas não quis comentar a delação de Fábio Cleto.

Nenhum comentário: