segunda-feira, 4 de abril de 2016

Ex-ministro argentino citado na Lava-Jato é preso


O ex-secretário dos Transportes do governo Kirchner, Ricardo Jaime, está detido e incomunicável em Buenos Aires, capital da Argentina, desde sábado, quando se entregou às autoridades. Jaime, o primeiro funcionário do antigo governo a ser preso por corrupção, é acusado de participar de um esquema de compra de trens usados de Portugal e Espanha, superfaturados e a maioria inutilizáveis. O funcionário, que tinha status de ministro, havia sido citado na operação Lava-Jato, no Brasil, mas em outro caso. Jaime foi mencionado em um documento obtidos a partir de computadores da empreiteira Odebrecht, como "uma alta autoridade do governo". Ele teria recebido pagamentos no esquema de propina da empresa: em uma troca de e-mails com um diretor da companhia, seu assessor reclamou da falta de um pagamento em março de 2010, fim do primeiro mandato da peronista populista e muito incompetente Cristina Kirchner, que chegou um governo extremamente corrupto. Nas mensagens, é citado o aterramento da linha de trem metropolitano Sarmiento, que seria a obra que motivou o suborno. Os documentos já foram passados à Justiça argentina. Entretanto, Jaime foi detido por outro caso. O engenheiro de 61 anos é acusado de captar dinheiro para campanhas kirchneristas de forma ilegal e ajudar em um esquema de superfaturamento em compras do ministério. O principal caso envolve a compra de trens usados de Portugal e da Espanha, totalizando mais de € 220 milhões. Os veículos teriam chegado danificados, com 44% dos trens portugueses e 58% dos espanhóis inutilizáveis. Jaime, que era homem de confiança do falecido presidente Nestor Kirchner, responde por enriquecimento ilícito, abuso de autoridade, associação ilícita e lavagem de dinheiro, entre outros delitos. Ano passado, devolveu 2 milhões de pesos (R$ 480 mil) para escapar da prisão em outro processo. 

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