segunda-feira, 25 de abril de 2016

Fernando Henrique Cardoso avaliza entrada do PSDB no governo Temer


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem dito a interlocutores nos últimos dias que não se opõe à participação do PSDB em um eventual governo comandado pelo vice-presidente Michel Temer. Por outro lado, nessas conversas, Fernando Henrique não tem incentivado a indicação de nomes do partido para ministérios, segundo lideranças tucanas. O partido deve decidir, na próxima semana, se participa diretamente de um eventual novo governo ou se apenas oferece apoio a Temer em votações no Congresso. Os dois lados têm utilizado a posição de Fernando Henrique para tentar convencer seus pares. Políticos próximos a Fernando Henrique acham pouco provável que ele tente influenciar publicamente a decisão do partido e dizem que o ex-presidente está mais interessado em dar conselhos sobre como deve ser a transição caso prospere o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Nas últimas semanas, ele tem sido procurado por aliados de Temer para debater o assunto. O partido deve dar a palavra final sobre sua participação no eventual governo Temer na reunião da executiva do partido, em 3 de maio. Enquanto o presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), defende que os tucanos deem suporte apenas no Congresso, o vice-presidente, Alberto Goldman (SP), afirma que o partido tem o dever de integrar um novo governo: "O PSDB esteve à frente de todo o processo de impeachment. A partir do momento que ele é aceito, é natural que o PSDB participe do governo. Não podemos nos pautar por interesses de lideranças do partido nas eleições de 2018. Não tem cabimento se pautar por processo eleitoral", afirmou Goldman, que completou: "Claro que não vamos participar do governo sem colocar pautas mínimas, mas não participar me parece contrassenso". O diretório paulista do PSDB, ligado ao governador Geraldo Alckmin, pretende fazer uma consulta interna para apresentar uma posição fechada na reunião da executiva. Serão enviados e-mails para os cerca de 78 mil filiados ao partido no estado para saber o que eles esperam das lideranças em um eventual governo Temer. O deputado estadual Pedro Tobias, presidente do diretório, acredita que o partido deve tomar essa decisão com calma. "O PSDB tem que discutir a questão estrutural do país. Não é só ter espaço aqui, ali no governo. Isso o país não aguenta mais", disse Tobias. 

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