segunda-feira, 11 de abril de 2016

Picciani libera voto da bancada do PMDB na comissão do impeachment


Declaradamente defensor da presidente Dilma Rousseff, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), liberou a bancada do partido para votar contra ou a favor da presidente na comissão especial do impeachment. "Nós aqui não emitiremos nenhuma orientação. Os deputados do PMDB estarão livres para votar de acordo com a sua consciência. Esta semana a bancada se reunirá e iremos aferir a posição majoritária com relação a esse tema. A posição a ser definida será a que eu expressarei", disse o peemedebista. "Estamos num fato gravíssimo, a possibilidade de abreviação de um mandato legitimamente conquistado nas urnas. Devemos ter clareza dos argumentos e da consequência da nossa decisão, para o presente, o futuro e a história. Esse processo será julgado no ambiente que vivemos agora, mas também no curso da história, para aqueles de gerações futuras que irão analisar o papel que cada um desempenhou." Picciani defendeu Dilma na última sexta-feira, mas disse que falava de maneira pessoal. Desta vez, ele fez críticas à petista e também ao tucano Aécio Neves, em quem votou nas eleições presidenciais de 2014. "Faltou ao fim daquele processo e ao início desse mandato a capacidade de quem ganhou de estender as pontes e buscar uma unidade no país, de que havia vencido num cenário de divisão do país e que ele precisava ser reposto. Faltou também a quem perdeu, inclusive ao candidato em que votei, a resignação de aceitar o resultado das urnas, de que o país tem que estar acima da ambição pessoal de cada. Infelizmente os que perderam não tiveram essa capacidade. Continuaram a incendiar o país e o debate político numa tentativa de deslegitimar o processo eleitoral. Isso foi nefasto para o país. Muito da crise que vivemos hoje decorre deste problema, desta incapacidade que tiveram os dois lados", disse. Picciani ainda alfinetou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que assumiu o cargo em oposição ao governo e emplacou uma série de pautas-bomba. "Falou-se muito na independência do Legislativo. Tivemos a oportunidade de construir uma agenda para o país, mas nos perdemos numa agenda que uns diziam conservadora e outros, que não produzia resultados."

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