segunda-feira, 18 de abril de 2016

Procurador diz que Operação Lava Jato deve prosseguir com qualquer governo


As investigações reveladas pela Operação Lava Jato, que apura um grande esquema de corrupção na Petrobras envolvendo políticos e empreiteiras, precisam ter sequência seja ainda durante o governo Dilma Rousseff (PT) seja em um eventual governo Michel Temer (PMDB) caso o impeachment seja aprovado. A opinião é do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. "Nosso posicionamento é o de que, independentemente do governo, há que se respeitar as investigações da Operação Lava Jato e que elas devem prosseguir até a revelação dos esquemas criminosos que macularam nosso sistema político-partidário", afirmou o procurador. Ainda segundo Lima, existem tentativas de "macular a reputação" dos investigadores da Lava Jato, incluindo delegados e procuradores, em especial o juiz Sergio Moro, que conduz os processos em primeira instância. O procurador diz esperar que estas ameaças "encerrem-se por completo, pois o uso desses expedientes pode caracterizar crime de obstrução à Justiça, dentre outros". Em sua página no Facebook e também no Twitter, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa no Ministério Público Federal de Curitiba, também se manifestou nesta segunda-feira sobre o resultado da votação na Câmara. Para Dallagnol, o resultado no Legislativo não muda o curso das investigações da Lava Jato: "A decisão não afeta a Lava Jato, que é uma investigação técnica, imparcial e apartidária". Qualquer que fosse a decisão, ainda segundo Dallagnol, "a Lava Jato continuará tendo muitos inimigos, cujo número cresce a cada dia em que o número de investigados aumenta". A operação, diz ele, "continuará a ser atacada, de modo ostensivo e sorrateiro, e nossa única proteção é a sociedade". 

Nenhum comentário: