segunda-feira, 4 de abril de 2016

Relatório de comissão não pode ignorar política, diz responsável


Horas antes da entrega da defesa da presidente Dilma Rousseff, o relator da comissão de impeachment na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), disse nesta segunda-feira (4) que não poderá "ignorar a questão política" em seu relatório. Arantes não descarta, inclusive, incluir as suspeitas sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA) no relatório –mas não em seu voto. "Claro que ao fazer um relatório desse tamanho, com essa amplitude e com todos esses problemas que têm, você não pode ignorar a questão política, não pode ignorar as questões das ruas, não pode ignorar as questões do governo, a ponderação que o governo também faz", disse o relator. "Então você tem que fazer um contraponto entre tudo, e todas essas questões podem estar no relatório. Não podem estar no meu voto", completou. A ideia é que essa parte política, bem como as pedaladas de 2014 – e outros pontos que estão na denúncia apresentada pelos juristas mas que não foram acolhidos pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha – entrem no relatório como uma espécie de "contexto". Questionado se consideraria estes pontos no seu voto, Arantes disse que "poderia", mas que não deveria fazê-lo. "Posso, mas não sei se vou, porque eu não quero abrir nenhuma brecha para que haja qualquer tipo de questionamento e judicialização no processo." O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, apresenta a defesa de Dilma à Câmara na tarde desta segunda. O relator espera apresentar até quarta-feira (6) o seu parecer. A votação na comissão está prevista para a próxima segunda (11).

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