sexta-feira, 8 de abril de 2016

Renan suspende convocação de Del Nero e deixa Romário perplexo


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), suspendeu nesta quinta-feira (7) a convocação para depor na CPI do Futebol de Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF. Ele aceitou o pedido do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que contestou a legitimidade da votação da CPI, realizada na quarta (6). No momento da votação, seis senadores tinham assinado o comparecimento na sessão, mas apenas três estavam na sala – Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Romário (PSB-RJ) e Zezé Perrela (PTB-MG). Segundo Calheiros, o quorum estava correto, mas pediu a repetição da votação para garantir o contraditório. "Mando que se reproduza a votação para garantir o direito daqueles que divergem de verificar a presença dos senadores, para que não haja gol de mão", disse o presidente do Senado. Um dos aliados políticos de Calheiros, Gustavo Feijó, que é vice da CBF, também teve nesta quarta aprovado a sua convocação para depor na CPI do Futebol. A convocação do cartola alagoano também foi suspensa com a decisão do presidente do Senado. Em um troca de mensagem obtida pela comissão, Feijó pedia cerca de R$ 200 mil para Del Nero. O cartola respondeu que enviaria. A CBF e nem Del Nero aparecerem como doadores da sua campanha a prefeito de Boca da Mata, interior de Alagoas. Calheiros também já recebeu doação de campanha da CBF. Em 2002, ele ganhou R$ 100 mil da entidade, então presidida por Ricardo Teixeira. Além de Feijó e Del Nero, os senadores haviam aprovado a convocação de Ricardo Teixeira, que comandou há CBF por mais de duas décadas, de Marco Polo Del Nero Filho e do empresário Wagner Abrahão, dono do Grupo Águia. O empresário tem uma série de negócios comerciais com a CBF. 


Presidente da CPI do Futebol, o senador Romário (PSB-RJ) disse que ficou "perplexo com a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, de refazer a votação de requerimentos". "O problema é que ele não mencionou uma única norma interna ou artigo da Constituição que respaldasse sua decisão monocrática.O fato é tão absurdo que, imediatamente após o anúncio de sua decisão, vários senadores se revezaram ao microfone para contestar a determinação e pediram que a decisão fosse submetida ao Plenário. Isso é o que será feito", afirmou o senador fluminense. Segundo Romário, a decisão de Renan não é definitiva. O caso seguirá para análise da Comissão de Constituição de Justiça do Senado e, em seguida, será apreciada pelo Plenário. "Durante sua fala, o presidente do Senado chegou a afirmar que a votação foi um "gol de mão". "Tenho certeza que o senador Renan não conhece nada de futebol para afirmar uma barbaridade dessa. Gol de mão, com ou sem intenção, é ilegal. Muito diferente da votação de ontem", disse o senador do Rio. "Renan Calheiros admitiu hoje que integra o time do 7 a 1 e acaba de marcar mais um gol, contra o nosso futebol, é claro. O placar já marca 8 a 1 e contando... porque o jogo ainda não acabou", acrescentou. 

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