quarta-feira, 18 de maio de 2016

Exoneração da primeira-dama petista de Minas Gerais é publicada do Diário Oficial do Estado


A exoneração de Carolina Oliveira Pimentel do cargo do secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) de Minas Gerais foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial do Estado. Ela é mulher do ex-terrorista e governador Fernando Pimentel (PT) e havia sido nomeada para a pasta no dia 28 de março. Uma liminar concedida na semana passada pela Justiça mineira suspendeu a nomeação. O governo estadual recorreu, mas na segunda-feira a desembargadora Hilda Teixeira da Costa manteve a decisão. Apesar de ainda caber recurso, o governo de Minas Gerais anunciou em nota que "a decisão da exoneração foi tomada para impedir que falsas polêmicas geradas pela oposição interfiram na continuidade e no avanço dos importantes projetos já em curso na Sedese". O texto informa ainda que Carolina Pimentel optou por retomar sua dedicação exclusiva ao Servas, uma associação civil sem fins lucrativos do governo mineiro voltada para a assistência social. A secretária adjunta, Rosilene Cristina Rocha, foi designada para responder pelo expediente da Sedese. Na verdade, a nomeação dela foi um caso idêntico ao do poderoso chefão Lula, para dar foro privilegiado, em face da iminência da prisão da petista Carolina na Operação Acrônimo.  A nomeação havia sido questionada judicialmente pelos deputados da oposição Felipe Attiê (PTB), Bonifácio Mourão (PSDB), Luiz Humberto Carneiro (PSDB) e Tito Torres (PSDB). A liminar foi concedida porque a Justiça entendeu que houve desvio de finalidade no ato. Carolina Pimentel e Fernando Pimentel são investigados pela Polícia Federal na Operação Acrônimo, que apura vantagens concedidas a empresas na elaboração de políticas públicas. Ao assumir a Sedese, a primeira-dama ganharia foro privilegiado no Tribunal de Justiça mineiro. Por outro lado, o governo estadual sustentava que a indicação de Carolina Pimental havia sido feita pelo ex-secretário André Quintão. O motivo seria a continuidade de projetos que vinham sendo desenvolvidos entre a Sedese e o Servas, que já vinha sendo comandado pela mulher do governador. O que é uma balela total. Há duas semanas, a Procuradoria-Geral da República denunciou o governador Fernando Pimentel ao Superior Tribunal de Justiça pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Conforme investigações da Operação Acrônimo, desenvolvidas pela Polícia Federal, Pimentel teria beneficiado empresas durante a implementação de políticas públicas realizadas quando foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, entre 2011 e 2014. Em um dos inquéritos, a Polícia Federal considera haver indícios de que houve favorecimento à montadora Caoa. Em 2012, foi lançado pelo ministério o Programa Inovar Auto, que concedia incentivos fiscais a indústrias do setor automotivo. Para garantir sua manutenção no programa, a Caoa teria pago R$ 2,1 milhões. Também investigada na Operação Acrônimo, Carolina Pimentel é suspeita de ter recebido, por meio de sua empresa Oli Comunicação, valores que seriam destinados ilegalmente para a campanha do marido em 2014.

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