terça-feira, 3 de maio de 2016

Henrique Meirelles defende controle legal da trajetória de despesas públicas



Cotado para comandar o Ministério da Fazenda no governo Michel Temer, o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu nesta segunda-feira (2) a criação de um controle legal e até mesmo constitucional da trajetória de gastos da máquina pública. Na saída de reunião com o vice-presidente, o economista reconheceu que está sob avaliação do peemedebista uma espécie de limitador global de despesas públicas. Elaborado pelo PMDB, o documento de governo "Ponte para o Futuro" propõe a criação de um teto de gastos que seja estabelecido por meio de lei e seja inferior ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). "Um controle legal e até constitucional da trajetória de gastos uma alternativa interessante que certamente será contemplada", disse. Meirelles disse ainda que a prioridade para o País neste momento é recuperar a confiança da população e do mercado. Para isso, ele defende mudança na trajetória de crescimento da dívida pública, o que fará com que as taxas de risco e de juros também caiam. "Nós temos que sinalizar claramente que não nos veremos em situações similares a outros países que tiveram lá na frente que tomar medidas abruptas. É necessário tomar medidas que façam com que a trajetória da dívida seja alterada", disse. O ex-ministro da autoridade monetária avaliou que a questão fiscal é fundamental para esse processo, assim como a realização de concessões que viabilizem investimentos diretos em infraestrutura, o que ajudaria tanto na geração de empregos como na diminuição do custo País.  "Com a recuperação da confiança, os agentes econômicos voltariam a contratar, os consumidores voltariam a comprar e os bancos voltariam a emprestar. Portanto, sairíamos desse ciclo negativo e entraríamos em um ciclo positivo de crescimento", disse. Em relação ao aumento do Bolsa Família e correção da tabela do Imposto de Renda, anunciados pela presidente Dilma Rousseff, Meirelles lembrou que " tudo tem um custo e eles terão de ser equacionados". "Isso vai ter de ser devidamente medido e equacionado. O País tem condições de honrar os seus compromissos", afirmou.

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