terça-feira, 31 de maio de 2016

Ministro argentino diz que PIB do país cairá por causa da crise do Brasil

A atual crise vivida pelo Brasil, com um governo interino e uma desaceleração econômica, vai provocar uma queda de 1,5 ponto percentual no crescimento da Argentina neste ano, afirmou nesta terça-feira o ministro da Fazenda e de Finanças Públicas do país, Alfonso Prat-Gay. “O Brasil pode determinar se nós crescemos ou caímos”, disse Prat-Gay durante sua participação em um evento da Casa da América em Madrid, ao lado do ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos. No cargo desde dezembro do ano passado, Prat-Gay declarou que no mundo atual, “muito incerto”, é necessário muito diálogo. “A Argentina quer fazer parte do diálogo, não do problema, como até agora”, disse em alusão ao anterior governo de Cristina Kirchner. O ministro argentino apresentou as possibilidades que seu país oferece para investidores espanhóis e repetiu a incumbência dada pelo presidente Mauricio Macri antes de ele viajar para a Espanha: “Avisar que se apressem para investir na Argentina”, disse: “Se tiver investimento e criação de emprego, serão bem-vindos". O ministro ofereceu como garantia a nova política de seu governo, no poder desde o final do ano passado, disposto a assumir seus compromissos internacionais e a saldar as dívidas contraídas. “Para termos credibilidade precisamos cumprir com nossas dívidas e com as sentenças”, afirmou, em referência ao acordo entre o governo argentino e seus credores que aconteceu em Nova York. Ele também falou da tarefa de seu governo para combater a inflação e reduzir o déficit, ao mesmo tempo em que procura melhorar a situação das camadas mais vulneráveis da sociedade. Prat-Gay insistiu que o objetivo é chegar a 2019 com uma inflação de 5% – a previsão para 2016 é de inflação de 25%. Presidente do Banco Central da Argentina entre 2002 e 2004, Prat-Gay defendeu a independência “de fato” da instituição e insistiu que as metas de inflação são definidas pelo governo e executadas pelo Banco Central. “Nós gostaríamos de baixar os impostos no futuro”, antecipou, mas “não enquanto a economia não cresça fortemente".

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