segunda-feira, 23 de maio de 2016

Papa Francisco se reúne com líder da principal mesquita no mundo

O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira (23) Ahmed al-Tayeb, líder da Mesquita de al-Azhar, principal instituição islâmica sunita do mundo. O encontro acontece após cinco anos de relações congeladas com o Vaticano. Em 2011, os chefes islâmicos decidiram cortar relações depois que Bento 16 disse existir "uma estratégia de violência que coloca os cristãos como alvo" depois de um atentado matar 21 pessoas em uma igreja cristã copta em Alexandria.


A mensagem irritou a instituição, que considerou a mensagem do antecessor de Francisco no Vaticano um insulto ao islã. Desde então, os ataques de extremistas aos cristãos cresceram, mas as duas instituições não retomaram laços. Ao receber Tayeb no Palácio Apostólico, Francisco disse que o fato de os dois estarem se reunindo já era significante para que a relação fosse reatada. "A reunião é a mensagem", disse o pontífice ao líder religioso islâmico. Os dois conversaram por 25 minutos antes de posarem para fotos com jornalistas. Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, os dois discutiram sobre o diálogo inter-religioso entre o cristianismo e o islamismo. Lombardi disse que o papa sugeriu ao dirigente da Mesquita de al-Azhar "a necessidade de que os líderes e os fiéis das duas maiores religiões do mundo mostrem compromisso comum para a paz no mundo". "Eles ainda discutiram a rejeição à violência e ao extremismo e as dificuldades enfrentadas pelos cristãos no contexto dos conflitos e tensões no Oriente Médio e sua proteção", disse o Vaticano, em comunicado. Desde que foi entronizado, em 2013, Francisco fez encontros com diversos líderes religiosos, na tentativa de melhorar a relação entre a Igreja Católica e outras instituições do cristianismo e de outras religiões. Em fevereiro, ele se encontrou em Cuba com o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, e se reuniu em Istambul com o patriarca da Igreja Ortodoxa de Constantinopla, Bartolomeu. Também se aproximou do judaísmo e de evangélicos. A Mesquita de al-Azhar fica no Egito e tem uma universidade com mais de 450 mil estudantes, a maioria oriunda de países da Ásia e da África. A instituição também administra 9.000 escolas com mais de 2 milhões de alunos. São todas escolas de islamismo, do Alcorão.  

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