quarta-feira, 18 de maio de 2016

Professora da PUC paulista diz ter aceito convite de Temer para Direitos Humanos



A procuradora do Estado de São Paulo e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a simpatizante petista Flávia Piovesan, disse ter aceito o convite do presidente em exercício, Michel Temer, para assumir a Secretaria de Direitos Humanos. "O meu partido é a luta pela causa. Não tenho nenhuma filiação partidária. Meu desafio é trazer contribuição para garantir avanços e evitar retrocessos", afirmou ela nesta terça-feira. Ela já comunicou à equipe de Temer sua decisão e deve viajar a Brasília na próxima semana. A intenção da nova responsável pela área é priorizar avanços em discussões sobre combate à violência contra a mulher, reforço a políticas afirmativas para negros - ela é uma defensora das políticas de cotas, por exemplo -, cuidados com a proteção às terras indígenas e debate sobre diversidade sexual, tudo aquilo que é uma pauta petista. Em sala de aula, a professora da PUC costuma argumentar que a sociedade deve enfrentar "conservadorismos" para avançar nas garantias a direitos fundamentais. À frente da secretaria, promete dialogar com "movimentos sociais", na verdade organizações petistas, para delimitar as prioridades da gestão do órgão. "O momento é nervoso, é difícil, mas vamos fazer o diagnóstico de quais são as prioridades. Vamos diagnosticar onde estamos e lançar estratégias buscando avançar na luta emancipatória", afirmou Piovesan. Considerada no meio jurídico como uma das principais expoentes da defesa dos direitos fundamentais, Piovesan minimizou o fato de Temer ter feito uma composição majoritariamente masculina para a composição do governo interino. "É fundamental fazer avançar a democratização dos espaços de poder, e fico muito feliz por ele ter nomeado ineditamente uma primeira mulher para chefiar o BNDES. E aguardo que outras sejam nomeadas", afirmou ao ser questionada sobre o assunto. Flávia Piovesan já foi cotada, durante governos do PT, para a uma vaga no Supremo Tribunal Federal e tem a simpatia do ex-ministro de Direitos Humanos, o petista Paulo Vannuchi, além da de outros nomes ministeriais ligados à gestão da presidente Dilma Rousseff e do poderoso chefão e ex-presidente Lula. Ou seja, ela só não é petista porque não tem ficha de filiação. Mas tem tudo para ser petista. Ela é professora das disciplinas de direitos humanos e direito constitucional na PUC-SP. Já foi observadora das Nações Unidas e de comitês internacionais. Formada pela PUC-SP - onde Temer se doutorou e exerceu a função de professor -, doutorou-se em Harvard e tem uma lista de passagens acadêmicas internacionais.

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