domingo, 15 de maio de 2016

Saída de Dilma é golpe para reverter avanços da esquerda, diz o ditador venezuelano Nicolas Maduro

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na noite desta quinta-feira que o processo de impeachment de Dilma Rousseff é um "golpe de Estado" orquestrado pelos EUA para reverter avanços da esquerda na América Latina e torpedear potências emergentes. "Por trás desse golpe está a marca 'made in USA'. Não tenho a menor dúvida disso. Faz parte do legado do presidente Barack Obama na América Latina", afirmou Maduro em discurso desde o Palácio de Miraflores transmitido em cadeia nacional de rádio e TV. 


O pronunciamento foi projetado por telão numa praça do centro de Caracas onde o governo havia reunido centenas de pessoas em ato de apoio a Dilma e ao PT. "Quem move os fios do poder sabe que o Brasil é muito importante para o rumo da América Latina, do Caribe e do mundo. O golpe serve para neutralizar o Brasil e prejudicar os Brics", afirmou Maduro. O presidente se referiu a Dilma como uma "das líderes mais honestas deste planeta Terra" e uma "mulher incorruptível, uma democrata forjada nos campos de tortura da ditadura brasileira". Segundo Maduro, o afastamento de Dilma é um "péssimo sinal" para a América Latina que expõe suposta manobra da direita para reverter avanços sociais em países governados pela esquerda, como Bolívia, Equador e a própria Venezuela. "Agora as oligarquias vêm com tudo contra nós. Por isso amanhã farei anúncios importantes para defender a economia e a paz no país", afirmou o ditador, que costuma responsabilizar inimigos externos e inimigos pela devastadora crise econômica na Venezuela. Na praça Bolívar, no centro histórico de Caracas, participantes da manifestação pró-Dilma aplaudiam a fala de Maduro. Mas a maioria dos presentes eram funcionários públicos convocados a comparecer. A mudança de governo no Brasil foi comemorada por amplos setores da oposição, que sempre acusaram o governo petista de leniência com abusos cometidos por chavistas. A manifestação mais contundente partiu da ex-deputada Maria Corina Machado, ligada à ala mais radical da oposição. "Hoje começa uma nova etapa para o Brasil e para a democracia na América Latina. A região não se calará mais diante do drama na Venezuela", disse ela no Twitter. O deputado Julio Borges, um dos mais influentes da oposição, sugeriu que o caso brasileiro deve servir de lição para o governo venezuelano. "Até pouco tempo atrás víamos uma Dilma Rousseff cheia de soberba e, hoje, ela está fora do poder. Maduro, olhe-se nesse espelho", postou Borges no Twitter. 

Nenhum comentário: