sexta-feira, 17 de junho de 2016

Delator criminoso Sérgio Machado vai cumprir pena em sua casa com piscina em Fortaleza


Após confessar o repasse de mais de R$ 100 milhões em recursos ilegais para políticos, o ex-presidente da Transpetro, o delator criminoso Sérgio Machado iniciará, nos próximos dias, o cumprimento de três anos de pena. Diferentemente de outros delatores, porém, não passará nem um dia sequer na prisão. O acordo de sua delação, homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, prevê que a pena será cumprida em sua casa: serão dois anos e três meses em regime fechado diferenciado e nove meses em regime semiaberto. Ele poderá ser condenado a até 20 anos de prisão, que serão automaticamente convertidos na pena alternativa. No imóvel com piscina e quadra poliesportiva, localizada em um bairro nobre de Fortaleza (CE), Machado terá que usar tornozeleira eletrônica. Também deverá pagar uma multa de R$ 75 milhões. A Justiça permitiu que 27 pessoas, entre familiares e um padre, tenham acesso à casa durante o período da pena, como visitantes. Médicos, só em caso de emergência.


Já estão definidas oito datas, até 2018, em que o ex-presidente da Transpetro poderá deixar a casa, entre elas o próximo Natal. Quando não estiver trabalhando, Sérgio Machado poderá ficar fora da casa por até seis horas ininterruptas. Seus três filhos também envolvidos no acordo – Daniel, Sérgio e Expedito – não terão qualquer pena de reclusão. Os depoimentos de delação mostram que o esquema montado por Sérgio Machado acirrou um conflito de família. Segundo homem do banco Credit Suisse no Brasil, o filho Sérgio disse ter sido ludibriado pelo irmão mais novo, Expedito, que lhe pediu para abrir uma conta na Suíça. Sérgio filho contou aos procuradores que o irmão alegou que precisava depositar uma doação que receberia do pai e que os recursos seriam oriundos de negócios de Sérgio Machado antes da Transpetro. O executivo do Credit Suisse saiu de casa aos 16 anos e disse não ter bom relacionamento com o pai. Quando a apuração se tornou conhecida teve que pedir demissão. 

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