domingo, 12 de junho de 2016

Israel suspende permissão de entrada de 83 mil palestinos após atentado


Israel anunciou na quinta-feira as primeiras medidas após o atentado em Tel Aviv, incluindo o envio de centenas de soldados à Cisjordânia e a suspensão das permissões de entrada de dezenas de milhares de palestinos durante o Ramadã. Dois palestinos com pouco mais de 20 anos abriram fogo na quarta-feira às 21h30 (15h30 de Brasília) no shopping aberto de Sarona, deixando quatro israelenses mortos e 16 feridos — cinco em estado grave. Não houve reivindicação imediata pelo ataque em um complexo de restaurantes próximo ao Ministério da Defesa da Israel, mas o Hamas e outros grupos militantes palestinos foram rápidos em elogiá-lo. Depois o atentado foi assumido pela organização terrorista Estado Islâmico. Após o atentado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que tomará medidas ofensivas e defensivas. Uma reunião de emergência no gabinete de segurança do governo foi realizada na quinta-feira. Em comunicado, os militares informaram que os reforços na Cisjordânia foram feitos “de acordo com a avaliação da situação”, e inclui soldados de infantaria e unidades de reconhecimento.


Também como medida de segurança, Israel suspendeu 83 mil autorizações especiais concedidas a palestinos para visitarem familiares no país durante o mês sagrado do Ramadã, e reforçou as patrulhas da polícia em Tel Aviv. Israel considera que essas licenças são um gesto de boa vontade para os palestinos. Para os moradores na Faixa de Gaza, as permissões também foram suspensas, tanto as de visitas a parentes em Israel, como as de viagem ao Exterior e de acesso à mesquita al-Aqsa, em Jerusalém, informou o Cogat, um órgão de defesa israelense.  Além disso, o Exército bloqueou as permissões de trabalho para 204 familiares dos agressores, e limitou a saída e a entrada de palestinos no povoado de Yatta, sua cidade natal, perto de Hebron. De acordo com Cogat, o acesso ou a saída da localidade só são permitidas em casos humanitários ou médicos. Os terroristas foram identificados como dois primos e pertenciam ao grupo estudantil da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que classificou o ataque de "um ato de caráter individual".


Os autores foram identificados como os primos Mohammad e Khaled Mahamrah, Eles vestiam ternos e gravatas e fingiam ser clientes do restaurante antes de sacarem armas automáticas e abrirem fogo, deixando todos os presentes em pânico. Ambos foram baleados pela polícia. O atentado vem após uma sequência quase diária de ataques a facas e tiros palestinos nas ruas de Israel, e é o segundo em Tel Aviv em menos de cinco meses. O último, em janeiro, deixou três mortos e sete feridos em uma das ruas mais populares da cidade. Restrições ao acesso do complexo da mesquita de al-Aqsa, local sagrado no coração da Cidade Antiga que judeus se referem como Monte do Templo, levaram no passado a uma crescente tensão com palestinos. Apesar de ter se desvinculado do atentado, a OLP considerou a ação uma "resposta natural" à violações cometidas pelas forças israelenses nos territórios ocupados. A organização terrorista Hamas, que controla Gaza, celebrou o ataque, mas não reivindicou sua autoria. 

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