quinta-feira, 30 de junho de 2016

Petista Paulo Bernardo deixa a prisão após decisão do Supremo que é um escárnio



O ex-ministro petista Paulo Bernardo deixou na noite desta quarta-feira a sede da Polícia Federal em São Paulo, onde estava preso desde a última quinta. Alvo da Operação Custo Brasil, que investiga um esquema de desvios de 100 milhões de reais no Ministério do Planejamento em propinas, por meio de desconto em folha de pagamento de empréstimos de velhinhos, de funcionários públicos pobre e endividados, o petista Paulo Bernardo foi beneficiado por decisão do ministro e ex-advogado petista Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, seu ex-colega de ministério e que não teve a hombridade de se declarar impedido de atuar no feito, o qual apontou "constrangimento ilegal" e revogou sua prisão. Após a determinação do STF, o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, responsável pelos processos da Custo Brasil, mandou soltar outros sete alvos da operação. Dois investigados seguem presos. "Sou inocente, isso vai ficar demonstrado", afirmou o ex-ministro petista ao sair da sede da Polícia Federal, por volta das 22h30. Paulo Bernardo disse ainda que sua prisão "não era necessária": "Eu estava em local encontrável, me coloquei à disposição da Justiça várias vezes". Sobre as suspeitas de que teve despesas pagas com propina, ele afirmou: "Isso não procede, não tem o menor cabimento. Minhas despesas pessoais são pagas com meu salário". Apesar da soltura, Paulo Bernardo terá de cumprir medidas cautelares ridículas e irrisórias determinadas pelo juiz Paulo Bueno de Azevedo. O ex-ministro terá de comparecer quinzenalmente à Justiça, não pode entrar em contato com os demais investigados, está proibido de deixar o País sem autorização judicial, deve entregar o passaporte às autoridades e ainda ficará impedido de exercer cargos públicos. Após a ordem do ministro e ex-advogado petista Dias Toffoli, do Supremo, o magistrado de São Paulo soltou, além de Paulo Bernardo, outros sete alvos da Custo Brasil: o ex-secretário de Gestão municipal de São Paulo Valter Correia da Silva, os advogados Guilherme Gonçalves, Daisson Silva Portanova e Emanuel Dantas do Nascimento, e os empresários Joaquim José Maranhão da Câmara, Washington Luiz Viana e Dércio Guedes de Souza. O último também já havia obtido uma decisão favorável de Toffoli no início da noite desta quarta-feira. Outros dois investigados na operação, o ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, e o ex-servidor do Planejamento, Nelson Luiz Oliveira Freitas, devem continuar presos por terem tentado interferir em acordos de delação premiada. Além de Ferreira e Freitas, continua preso o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto que, além de ter sido alvo de mandado de prisão em São Paulo, está detido em Curitiba por causa da Lava Jato. 

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