terça-feira, 14 de junho de 2016

STF abre inquérito para investigar Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá e Valdir Raupp por propina em Belo Monte


O Supremo Tribunal Federal abriu nesta terça-feira inquérito para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO) por suspeita de corrupção passiva na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Madeira. Os nomes dos quatro peemedebistas, que fazem parte da alta nomenklatura do partido, foram citados pelo ex-líder do governo no Senado, o ex-petista Delcídio do Amaral (MS), que se tornou delator da Operação Lava Jato e teve o mandato cassado. Em depoimento de colaboração com a Justiça, Delcídio do Amaral disse que, em nome do grupo do ex-senador José Sarney, uma confraria formada pelos senadores Edison Lobão, Renan Calheiros, Romero Jucá, Valdir Raupp e Jader Barbalho, o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, agia para garantir o pagamento de propina pelo consórcio de construção de Belo Monte. À frente dos repasses estava a gigante Andrade Gutierrez, que fechou acordo de leniência e cujos integrantes já acusaram os ex-ministros petistas Ricardo Berzoini e Edinho Silva de negociar propinas em obras. Edison Lobão é alvo de um inquérito específico sobre Belo Monte. Segundo Delcídio do Amaral, a propina destinada a campanhas e recolhida de Belo Monte girava em torno de 30 milhões de reais. Ele ainda estimou que o valor destinado para as campanhas do PT e do PMDB, em 2010 e 2014, pode ter chegado a 45 milhões de reais. Na coleta de dinheiro das empreiteiras, os ex-ministros Silas Rondeau, Antonio Palocci e Erenice Guerra formavam o que o ex-senador classificou como "triunvirato". Na divisão de tarefas da trinca, Erenice se aproximava do empresariado, enquanto Rondeau, em nome do PMDB, e Palocci como representante das hostes petistas, "demonstravam que o governo federal dava aval as tratativas de arrecadação". A atuação dos três foi fundamental, segundo Delcídio do Amaral, para amealhar milhões de reais em propina de Belo Monte para os chefes do PMDB e do PT, com direito a polpudos repasses para a campanha da hoje presidente afastada Dilma Rousseff. A estratégia de arrecadação do triunvirato foi esmiuçada em conversas de Delcídio do Amaral com o executivo Flávio Barra, da Andrade Gutierrez, e com o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

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