quarta-feira, 20 de julho de 2016

Argentina pede prisão de ex-chanceler iraniano por atentado contra Amia em Buenos Aires


A Justiça argentina pediu a Cingapura e Malásia a prisão com fins de extradição de um dos autores intelectuais do atentado terrorista à sede da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), que matou 85 pessoas em 1994. A solicitação é para que seja detido Alí Akbar Velayati, ministro de Relações Exteriores do Irã à época do ataque e procurado há quase dez pela Interpol. Em 2006, uma investigação da Justiça argentina concluiu que ele, outros cinco altos funcionários do governo iraniano e um libanês membro da organização terrorista Hezbollah eram os responsáveis pelo atentado. Segundo o jornal "Clarín", o pedido argentino foi emitido pelo juiz Rodolfo Canicoba Corral após a mídia iraniana publicar, na última segunda-feira (18) - data em que o ataque completou 22 anos, que Velayati viajaria a Cingapura e Malásia para dar palestras sobre "crescimento via integração". Hoje, Velayati é presidente do Centro para Investigação Estratégica do Irã. O ex-ministro, no entanto, deixou Cingapura na terça-feira (19) e está em Kuala Lumpur, na Malásia, nesta quarta-feira (20). No ano passado, Velayati deu uma entrevista em Teerã ao canal de TV argentino C5N, para o qual afirmou que não deporia sobre o atentado. "É uma acusação falsa, uma mentira. A Argentina não está em posição de interrogar funcionários de um país independente", disse. À época, o governo da peronista populista e muito incompetente Cristina Kirchner (2007-2015), que chefiou administrações absolutamente corruptas, esperava que o parlamento do Irã validasse um memorando de colaboração nas investigações do ataque que ela havia firmado com o governo do país. De acordo com o documento, a Justiça argentina poderia interrogar iranianos. O acordo, derrubado pelo atual presidente argentino, Mauricio Macri, era considerado um retrocesso pelas famílias das vítimas, pois, em 2006, a Justiça já havia concluído que o governo do Irã estava envolvido no atentado. O promotor Alberto Nisman - encontrado morto, há um ano e meio, após denunciar que Cristina Kirchner havia encoberto o envolvimento iraniano no atentado - afirmara que o memorando havia sido fechado porque o Irã daria em troca vantagens comerciais.

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