domingo, 17 de julho de 2016

Carta de líderes esportivos pede banimento da Rússia da Olimpíada do Rio de Janeiro


Uma carta de líderes antidoping dos EUA e do Canadá pede a saída da Rússia da Olimpíada do Rio de Janeiro. A mensagem circula dias antes da divulgação de um estudo que deve detalhar um esquema de dopagem sistemática apoiado pelo governo russo que envolvei todo o programa esportivo do país. Por enquanto, a Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) já suspendeu a delegação de atletismo da Rússia da Olimpíada devido a uma investigação que mostrou evidências de um esquema de doping estatal usado para beneficiar o time. Os regimes comunistas do bloco oriental, mais Cuba, sempre se utilizaram do doping de maneira sistemática e usavam o esporte e seus resultados como máquina de propaganda de seus governos. Eram regimes criminosos. A carta está sendo preparada para possivelmente ser enviada ao presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, após a liberação, na segunda-feira (18), do relatório do investigador Richard McLaren. "Concluímos e acreditamos que uma suspensão total é o único resultado possível e apropriado tendo conhecimento das descobertas e conclusões do relatório", afirma a mensagem. Segundo oficiais da agência antidoping americana, a carta somente será enviada caso o relatório conclua que houve um esquema generalizado e apoiado pelo estado na Rússia,. O pedido é para que o COI assegure que o Comitê Olímpico Russo e federações esportivas russas não serão aceitas no Rio de Janeiro. Apesar da solicitação, a mensagem sugere exceções para atletas russos que possam provar que foram submetidos a rigorosos testes de doping em outros países. Pat Hickey, presidente do Comitê Olímpico Europeu, disse que a carta "enfraqueceu a integridade e, consequentemente, a credibilidade do importante relatório". "A minha impressão é de que há uma tentativa de acordo por esse resultado antes mesmo da apresentação de qualquer evidência", afirmou Hickey em um pronunciamento. O CEO da agência antidoping dos EUA, Travis Tygart, disse que a solicitação tem o apoio de escritórios antidoping em pelo menos seis países e de grupos de atletas de todo o mundo. Segundo ele, ela não foi escrita com o intuito de se tornar pública a menos que o relatório contenha evidências de um esquema generalizado: "Se nós não nos prepararmos para todas as possibilidades, não estaremos cumprindo nossa promessa de manter atletas limpos". A investigação de McLaren começou após uma reportagem do jornal americano The New York Times que acusava o governo russo de ajudar a manipular testes da Olimpíada de Inverno de Sochi, na Rússia, em 2014, para garantir que as fraudes não fossem reveladas. Na última semana, Thomas Bach afirmou que era importante acertar o balanceamento entre "responsabilidade coletiva e justiça individual" na interpretação dos resultados do relatório. "É óbvio que não se pode impor uma sanção ou punimento a um jogador de badminton por uma violação de regras ou manipulação por oficiais ou diretores do laboratório nos Jogos de Inverno", disse.

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