terça-feira, 12 de julho de 2016

CCJ começa a decidir a reta final do destino de Cunha, que já era

É pouco provável que comissão consiga votar nesta terça-feira; o mais provável é que tudo se resolva em agosto

Por Reinaldo Azevedo - A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara analisa nesta terça — ou começa a analisar — o texto do deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), que pede a anulação da votação do Conselho de Ética que aprovou o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), favorável à cassação de Eduardo Cunha. Fonseca acatou uma das reclamações do deputado afastado, segundo a qual a votação deveria ter sido realizada pelo painel eletrônico, sem chamada nominal, como se fez. Isso pode ter influenciado, alega o relator na CCJ, o voto de alguns parlamentares. Há mais de 30 deputados inscritos para falar. Os membros da CCJ, composta de 66 parlamentares, podem falar por até 15 minutos; os que não são da comissão têm direito a 10; o advogado de defesa pode se manifestar por até duas horas e 19 minutos; há ainda o tempo dos líderes, proporcional às respectivas bancadas. O próprio Cunha disporá de 20 minutos. Marcos Rogério, o relator no Conselho de Ética, que também é membro da CCJ, vai apresentar um voto em separado. Não parece que essa votação vá ser concluída nesta terça. Amanhã, quarta, é o dia da eleição do presidente da Câmara. A esta altura, parece certo que o plenário só vai decidir o destino de Cunha em agosto. Tudo caminha, aliás, para que a votação da própria CCJ fique para depois do recesso branco. O que isso muda? Bem, não muda o essencial: o plenário vai decidir o destino de Cunha, e ele tentou evitar isso a todo custo. Vamos ver. A expectativa é a de que o relatório de Ronaldo Fonseca seja derrotado; vale dizer: não haverá outra votação no Conselho de Ética. Mas digamos, por hipótese, que fosse aprovado e que, num segundo escrutínio, o conselho decidisse rejeitar a recomendação de cassação. Ainda assim, o plenário iria se manifestar. Ou por outra: haverá votação aberta para decidir o destino de Cunha. O país saberá os nomes de todos os deputados que votarem a favor de sua cassação ou contra. E não custa lembrar: caso ele sobreviva ao voto de seus pares, não sobreviverá ao Supremo. Coloquem uma coisa na cabeça: Cunha já era. Seu esforço agora é só para se livrar da cadeia. E também isso parece improvável. 

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