segunda-feira, 18 de julho de 2016

Condomínio em Itaipava, na região serrana do Rio de Janeiro, é a nova "prisão" do corrupto Cerveró


Há três semanas em regime de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró conseguiu reduzir sua pena total de 17 anos e três meses de prisão — em duas condenações na Lava-Jato por corrupção, lavagem de dinheiro e crime financeiro — para quatro anos de reclusão. Cerveró ficou um ano e cinco meses, de 14 de janeiro de 2015 a 23 de junho deste ano, em cadeias do Paraná: amargou períodos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na região metropolitana. O cárcere agora é sua residência em Itaipava, distrito de Petrópolis, cidade na região serrana do Rio de Janeiro, a 90 quilômetros da capital fluminense. Cerveró, que faz 65 anos em agosto, mora com a mulher e a filha. A casa, dentro de um condomínio, só pode ser visitada por parentes autorizados pela Justiça. Foi o único imóvel que lhe restou, de um patrimônio avaliado em cerca de R$ 100 milhões e bloqueado pela Justiça. Segundo funcionários do condomínio, antes de ser envolvido na Lava-Jato, Cerveró tinha o hábito de caminhar pela área de uso comum. Desde que foi preso, ele só voltou a ser visto em Itaipava no Natal e Ano Novo. Na ocasião, ganhou o benefício do Supremo Tribunal Federal de passar em casa a última semana de dezembro, após homologação de seu acordo de delação premiada. Desde que voltou ao local, em 24 de junho, Cerveró manteve-se dentro dos limites da residência. Pelo acordo feito com o STF, Cerveró só pode deixar o domicílio para consultas médicas ou para prestar esclarecimentos à Justiça, sempre sob escolta. Graças à delação, Cerveró tem pela frente um ano e meio em regime domiciliar fechado, um ano em domiciliar semiaberto, mas com direito de sair para trabalhar, e um ano em domiciliar aberto, sem tornozeleira, mas monitorado, além de prestação de serviços comunitários. O dono da UTC, o corrupto Ricardo Pessoa, também cumpre pena domiciliar após condenação na Lava-Jato, em um edifício de luxo, no bairro Jardins, na zona sul de São Paulo. Outro delator que também mora em prédio com o mesmo alto padrão na zona sul paulistana, no bairro Vila Nova Conceição, é o presidente afastado da Andrade Gutierrez, o corrupto Otávio Marques de Azevedo - sempre cercado de seguranças.

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