domingo, 17 de julho de 2016

Paul Romer será o novo economista-chefe do Banco Mundial


Paul Romer, economista e professor da Universidade de Nova York, será nomeado economista-chefe do Banco Mundial nos próximos dias, sucedendo o indiano Kaushik Basu, informaram os jornais “Wall Street Journal” e “Financial Times”. O banco não confirmou oficialmente a nomeação, mas membros da instituição afirmam que o nome dele será apresentado ao conselho do banco nesta segunda-feira. “Sim, os rumores estiverem corretos. Muito animada em receber o nosso novo VP no outono”, escreveu Florença Kondylis no Twitter. Ela é economista do Banco Mundial. O “Financial Times” afirmou que a indicação leva para o Banco Mundial “o nome mais forte para o cargo desde a nomeação do Nobel Joseph Stiglitz” e “uma voz provocativa à frente do departamento de pesquisa do banco”, enquanto o “Wall Street Journal” ressaltou que a instituição ganha “uma estrela do rock entre economistas que também fez sucesso no setor privado”. Romer é conhecido como um defensor da “teoria do crescimento endógeno”, que sustenta que o investimento em capital humano, idéias e tecnologia são os principais motores do crescimento econômico. O conceito se encaixa nos esforços do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, para transformar a instituição em um “banco de conhecimento” a que as nações pobres podem recorrer para ajudar a estimular o crescimento doméstico. “Por que tantos países pobres não conseguiram tirar proveito do potencial de crescimento rápido”, escreveu Romer em seu blog no ano passado: “Se uma nação pobre investe em educação e não destrói os incentivos para que seus cidadãos adquiram idéias do resto do mundo, ela pode rapidamente tirar proveito do estoque mundial do conhecimento”. O próximo economista-chefe defende que uma maneira de promover esse desenvolvimento é através de “cidades privadas”. Como líder do Instituto de Urbanização da Universidade de Nova York, Romer acredita que muitos países em desenvolvimento podem criar cidades como Hong Kong e Shenzhen, que se tornaram um laboratório vivo para as reformas econômicas que levaram ao rápido crescimento da China. Nessas cidades, as autoridades podem testar códigos fiscais, regulamento financeiro e uma série de outras políticas para ver o que funciona melhor. “Acontece que este é um momento único na história humana. É possível começar muitas novas cidades, porque há uma enorme demanda não atendida para a vida urbana”, disse ele em uma entrevista com a revista “iMoney”, de Hong Kong. Romer é um grande defensor do poder do crescimento econômico na redução da pobreza e irá juntar-se o Banco Mundial em um momento em que as economias emergentes estão enfrentando uma série de novos desafios. “Nós muitas vezes perdemos de vista o quão importantes podem ser mesmo as pequenas mudanças na taxa média de crescimento”, escreveu Romer em um post publicado no sábado. Filho de um ex-governador do Colorado, Romer também direciona ocasionalmente suas críticas à própria profissão. Ele defende que economistas usem uma escrita clara, algo que o departamento de pesquisa do Banco Mundial tem sido frequentemente acusado de não fazer. E também refuta políticas de desenvolvimento orientadas por dados. Segundo ele, muitas vezes a necessidade de dados para provar uma teoria levou economistas para um caminho de pequenas idéias, em vez de projetos maiores e mais ousados, cujo impacto eventual sobre a pobreza seria exponencialmente maior. 

Nenhum comentário: