quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Cemig reforça estratégia de vender ativos, mas descarta sair da Light


A estatal mineira Cemig vai manter seu foco na venda de ativos para reduzir o endividamento, mas não pretende se desfazer de sua participação na Light, que é responsável pela distribuição de energia no Rio de Janeiro e possui ativos de geração. Em teleconferência com analistas nesta quarta-feira (17), executivos da Cemig destacaram que buscarão uma revisão do portfólio de participações da elétrica, mas com os desinvestimentos focados em ativos nos quais a companhia não é um acionista controlador. "Temos discutido internamente algumas soluções para empresas nas quais a gente não detém o controle ou co-controle", afirmou o diretor financeiro da Cemig, Fabiano Maia Pereira. Ele disse que a companhia buscará concentrar os negócios no que considera seu core business — geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica —, com ativos nos quais ela esteja ou participe do bloco de controle. A Light, na qual a Cemig é controladora, encaixa-se nesse perfil, e segundo Pereira não há nenhum movimento da companhia para vender sua participação na companhia. Na semana passada, a Cemig concedeu mandatos aos bancos Santander e Votorantim para que estes busquem compradores para a Light. A Cemig, no entanto, nega a informação. Segundo a companhia, o que acontece é apenas uma busca por novos sócios para a empresa, uma vez que seus parceiros no negócio decidiram exercer uma opção de venda de sua fatia. Pelos termos do contrato de acionistas da Light, a Cemig agora precisa comprar a participação de seus sócios ou encontrar alguém disposto a realizar a aquisição. "A Light é o veículo de crescimento da Cemig em distribuição. O que existe, e é de conhecimento de todos, é que nosso sócio lá tem a intenção de sair. O que possivelmente pode vir a acontecer é uma reestruturação em termos de sócios, mas não tem qualquer movimento nesse sentido (de venda)", afirmou Pereira. 


O diretor financeiro disse também que a Cemig pretende rolar parte de sua dívida com vencimento no segundo semestre. A Cemig tem R$ 3,773 bilhões em dívidas a vencer neste ano. Pereira não especificou quanto poderia ser rolado, mas disse que a intenção é obter vencimentos mais longos, uma vez que a companhia também tem compromissos financeiros importantes nos próximos anos.  As dívidas com vencimento em 2017 somam também R$ 3,772 bilhões de reais, enquanto em 2018 vencerão mais R$ 3,695 bilhões em obrigações. "Temos trabalhado já com os bancos no sentido de fazer essa rolagem e estamos com uma diretriz de... tentar fazer uma rolagem um pouco mais longa... algo como três anos para a frente, justamente para evitar anos em que há dívida a vencer relevante", afirmou. A alavancagem da Cemig, medida pela relação entre a dívida líquida e a geração de caixa, fechou junho em 5,26 vezes, ante 4,39 vezes no final de março e 2,40 vezes no final de 2015.

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