quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Eduardo Cunha recorre da multa de R$ 1 milhão aplicada pelo Banco Central

 

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recorreu da multa de R$ 1 milhão dada pelo Banco Central. Ele contesta um relatório da autoridade monetária, que concluiu que o parlamentar afastado escondeu dinheiro fora do País. O pedido de revisão será julgado no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN). Como foi feito recentemente, não entrou na pauta da próxima sessão, marcada para esta quinta-feira. No parecer - encaminhado em junho para a Procuradoria-Geral da República, o juiz Sérgio Moro, o Supremo Tribunal Federal e o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados -, o Banco Central diz que Eduardo Cunha e sua mulher mantiveram contas não declaradas no Exterior entre 2007 e 2014. Segundo o Banco Central, o peemedebista movimentou dinheiro no Exterior de 2007 a 2014. Já as contas de Claudia Cordeiro Cruz foram mantidas entre 2009 e 2011. Ela também foi flagrada pelo departamento de fiscalização da autoridade monetária com recursos não declarados e terá de arcar com uma multa de R$ 132.486,55. No dia em que o relatório tornou-se público, Eduardo Cunha avisou que recorreria. Ele disse na época que o relatório do Banco Central era uma arma política e que o autor da peça era uma pessoa da confiança da estrutura do então governo Dilma Rousseff, o ex-ministro da Justiça, o "porquinho" petista José Eduardo Cardozo. O relatório foi enviado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados na mesma data em que o colegiado definiria o destino do presidente afastado da Casa, o que ajudou a aumentar a pressão a favor da perda do cargo do presidente envolvido no escândalo da Operação Lava-Jato. Segundo o texto do Banco Central, a conclusão dos técnicos da autarquia deve ser útil “para a instrução da representação em curso nesse conselho de ética, haja vista a potencial repercussão dos aspectos fáticos e jurídicos comuns concernentes aos elementos que fundamentam as condenações impostas pelo Banco Central do Brasil a Eduardo Cosentino da Cunha e Cláudia Cordeiro Cruz”. Desde novembro do ano passado, o Banco Central investigava a atuação de Eduardo Cunha no Exterior. Cunha aparece como beneficiário de três trusts: Orion, Triumph e Netherton. Na época, ele argumentou que apenas era usufrutuário do dinheiro que pertencia a essas contas. Para o Banco Central, mesmo que fosse beneficiário, é necessário fazer a declaração de qualquer dinheiro acima de US$ 100 mil que esteja no Exterior. A mulher do deputado, Claudia Cruz, é beneficiária de uma conta com o nome Kopek. Orion e Triumph tiveram contas na Suíça bloqueadas a pedido do Ministério Público local. As autoridades suíças abriram investigação por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção, que foi transferida para o Brasil.

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