sábado, 13 de agosto de 2016

Lucro dos cinco maiores bancos de varejo cai 13,5% no trimestre

Os cinco maiores bancos de varejo do País voltaram a registrar queda nos lucros no segundo trimestre. Juntos, tiveram um resultado ajustado 13,5% inferior ao do mesmo período do ano passado, somando R$ 14,953 bilhões. Considerando o semestre, a queda nos lucros foi ainda maior: 29,6%. 


Se os resultados do quinteto já viram dias melhores, em uma coisa Santander, Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal parecem concordar: o pior ficou para trás. Sinal que suporta esse princípio de otimismo, o lucro dos cinco cresceu 13,9% ante os três primeiros meses do ano. Mais uma vez, as despesas para fazer frente à piora da qualidade de crédito foram as grandes responsáveis pela queda nos resultados. Para digerir possíveis calotes bilionários de grandes empresas, como aqueles que poderão suceder as recuperações judiciais da fabricante de sondas Sete Brasil e da operadora de telefonia Oi, os cinco bancos gastaram R$ 27,6 bilhões na constituição de provisões para devedores duvidosos, cifra 31,3% maior que a de igual período do ano passado. Também nesse indicador, a comparação com os volumes gastos no primeiro trimestre favorece os bancos. As despesas com provisão entre abril e junho foram apenas 1% superiores às dos três primeiros meses do ano. Não fosse o gasto da Caixa, que cresceu 64,32% nessa comparação, teriam encolhido. Para se ter uma idéia do tamanho do estrago que os calotes provocaram, as despesas com provisão representaram 42% da margem financeira bruta que os bancos tiveram no segundo trimestre (R$ 65,7 bilhões). A margem financeira é o resultado entre as receitas que os bancos têm com crédito e com tesouraria deduzidas do custo de captação de recursos. A carteira de crédito ampliada do quinteto também tornou a encolher. Juntos, os cinco bancos chegaram a junho com um estoque de R$ 2,807 trilhões de operações de crédito, queda de 2,84% ante o que tinham em março e recuo de 1,01% no acumulado de 12 meses. Nas explicações que acompanharam os resultados, os esforços de executivos desses bancos foi na direção de apontar sinais de melhora à frente, embora sem deixar de reconhecer que o estrago foi grande. O Itaú Unibanco, por exemplo, indicou que espera que sua carteira de crédito volte a crescer, em termos reais, no ano que vem. A expectativa do maior banco privado do país é de um aumento da ordem de 6% para o crédito no ano que vem. Esse resultado representaria um crescimento real (descontada a inflação) pouco acima do Produto Interno Bruto (PIB), afirmou Eduardo Vassimon, vice-presidente executivo e diretor financeiro do Itaú. “Teremos um pequeno, mas real, crescimento de crédito em 2017. Em 2018, o crescimento pode ser mais relevante”, disse a analistas, na divulgação de resultados. Já o Bradesco prometeu uma queda mais acentuada nas suas despesas para provisão contra calotes no quarto trimestre deste ano. Para o terceiro, os gastos devem ficar em torno de R$ 5 bilhões, parecido com o montante visto entre janeiro e março, afirmou o diretor de relações com investidores, Luiz Carlos Angelotti. Por outro lado, os três bancos do grupo que divulgam suas projeções para 2016 pioraram boa parte delas no segundo trimestre. Itaú, Bradesco e Banco do Brasil esperam agora um crescimento ainda menor no crédito do que no começo do ano.

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