terça-feira, 23 de agosto de 2016

Moody’s rebaixa nota da Odebrecht Engenharia e Construção

A Moody’s rebaixou nesta segunda-feira os ratings da Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) de “B2” para “B3”, na escala global, e de “Ba2.br” para “B2.br”, na escala nacional. As notas de crédito estão em revisão para corte adicional. O rebaixamento reflete a percepção da agência de aumento do risco de crédito para a companhia devido à evolução do perfil de liquidez e riscos reputacionais, em meio às incertezas de negócios e um ambiente desfavorável para investimentos em infraestrutura na América Latina. “Apesar da ampla experiência da OEC em construção e do sólido histórico de execução em complexos projetos de engenharia, a vantagem competitiva da companhia tem sido gravemente impactada pelas atuais alegações de corrupção”, escreve a Moody’s. O prolongado processo de investigação resultou em enfraquecimento na confiança dos investidores e menor disponibilidade de financiamento para os projetos do grupo. Também pressionam os negócios da empresa as menores taxas de crescimento em investimentos em infraestrutura na América Latina, reflexo de incertezas políticas, limitações fiscais e tendências de preços mais baixos para commodities nos setores de metais e mineração e petróleo e gás. Penalidades monetárias consideráveis ou outras sanções comerciais decorrentes de acusações de corrupção podem prejudicar ainda mais a liquidez da companhia, considera a Moody’s. Dessa forma, um acordo com as autoridades pode ser visto como um desenvolvimento positivo ao crédito, dependendo das condições específicas do acordo em questão. Porém, atrasos prolongados para finalizar o acordo de leniência continuarão a prejudicar a liquidez da companhia e afetar sua sustentabilidade operacional. Os ratings poderão ser rebaixados novamente caso a agência perceba um risco mais elevado proveniente dos desdobramentos dos procedimentos legais, tais como evidências de que o acordo de leniência não seja assinado nos próximos dois meses. Outros fatores para novo corte podem ser penalidades monetárias maiores que as previstas, sanções comerciais ou cancelamentos de contratos que levem a uma deterioração do volume de projetos contratados, que poderiam resultar em uma alavancagem maior ou liquidez menor para cumprir o serviço de dívida.

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