quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Rodrigo Maia não garante que votação do futuro de Eduardo Cunha ocorra em agosto


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que pretende iniciar o processo de cassação do deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em plenário até a terça-feira (9), mas não estabeleceu data para a votação. A idéia é fazer a leitura do caso entre esta quarta-feira (3) e a terça-feira da semana que vem. Após essa fase, contam-se duas sessões para que a votação entre na pauta como item prioritário. Ou seja, caso a leitura ocorra na terça-feira, a tendência é que os deputados já possam decidir o futuro do peemedebista a partir de quinta-feira. Em almoço com líderes na segunda-feira (1º), Maia foi cobrado pela nova e antiga oposição (PSDB, PPS, PT, entre outros) a pautar a cassação o quanto antes, sob pena de a Câmara se desgastar junto à opinião pública. Rodrigo Maia está analisando os prazos de outras cassações até chegarem à última fase, a votação em plenário. Ele deverá ter conversas individuais com os colegas, antes de bater o martelo sobre a data. Pela manhã, o deputado do DEM disse que irá "trabalhar" para que a questão seja resolvida neste mês, mas não se comprometeu a estabelecer prazo. "Vamos trabalhar para que a votação da cassação seja durante o mês de agosto, numa semana com quórum alto. A segunda semana tem quórum mais alto, mas já tem deputado dizendo que é a semana do registro das candidaturas. Vamos aguardar para não dar uma data errada e criar frustrações", afirmou Maia. Em meio à indefinição, aliados e adversários de Eduardo Cunha mantêm um cabo de guerra para tentar convencer o presidente da Câmara a atuar conforme seus interesses. Jovair Arantes (GO), líder do PTB e alinhado com o parlamentar afastado fluminense, defende abertamente o adiamento do assunto e o condiciona à votação do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. "Isso aí eu acho que tem que ficar para mais para frente, depois do impeachment, que já foi adiado", afirma Arantes. Vice-líder da minoria, Silvio Costa (PTdoB-PE), partiu para o ataque contra Rodrigo Maia e o presidente interino, Michel Temer. Para Silvio Costa, o jantar entre os dois, ocorrido logos após a eleição de Rorigo Maia, revela um conluio para blindar Eduardo Cunha. "Michel Temer está com medo da delação de Cunha, que será preso em 15 dias, se for cassado. Eu defendo que a gente pare a Casa, obstrua todas as votações, até que esse assunto seja encerrado", ameaçou.

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