domingo, 14 de agosto de 2016

Sarcasmo brasileiro sem limite, Suzane von Richthofen tem saidinha da prisão no Dia dos Pais


Suzane Von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por matar os pais, deixou a penitenciária feminina de Tremembé para a saída temporária de Dia dos Pais, benefício concedido pela Justiça a detentas em regime semiaberto. É a terceira vez que Suzane recebe o direito desde que foi condenada, em 2006. Na sua segunda saída, em maio, no Dia das Mães, foi acusada de dar um endereço falso e chegou a voltar ao regime fechado e perder o benefício. No entanto, de acordo com decisão da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, Suzane não agiu de má-fé e retornou ao semiaberto. Outras 44 detentas do mesmo presídio que Suzane também deixaram a prisão temporariamente. Quando se diz que o sistema judicial brasileiro é uma piada de mau gosto, muitos viram a cara, outros acusam de fascismo. Mas, o fato é esse: uma mulher que cometeu os maiores crimes que podem ser cometidos, os de ordenar a morte do pai e da mãe, que ela acompanhou ao vivo, recebe agora um benefício, um prêmio, justamente por causa do Dia dos Pais. Suzane Von Richthofen é a prova viva de que a Constituição Brasileira precisa ser reformada em profundidade, para a instalação do regime de prisão perpétua no País, o fim da desgraça vigente desde 1984 chamada Lei de Execuções Penais e os benefícios das progressões de pena. Quem defende essas barbaridades são as esquerdas, a começar pelos comunistas, para os quais o crime é revolucionária. A possibilidade de saída temporária está prevista na Lei de Execuções Penais a quem cumpre pena em regime semiaberto e depende de autorização judicial, diferentemente do indulto, que significa o perdão da pena. Em São Paulo, de acordo com a Procuradoria-Geral do Estado, o benefício é concedido na Páscoa, no Dia das Mães, no Dia dos Pais, no dia de Finados e nas festas de fim de ano. Suzane está noiva do irmão de outra detenta, identificado como Rogério Olberg, de 37 anos, a quem teria conhecido durante as visitas que Olberg fazia à sua irmã na penitenciária. Na saída temporária que recebeu em maio, em reportagem exibida pelo programa “Fantástico”, da TV Globo, ela não foi encontrada no endereço fornecido à Justiça, mas em uma propriedade próxima, que pertence à família de Olberg. Suzane chegou a ter sua pena regredida e sair do regime semiaberto, mas em decisão da juíza Sueli Zeraik Armani, a magistrada não encontrou “qualquer suposição de má-fé”. Em resposta a pedido do Ministério Público para que Suzane deixasse o regime semiaberto e perdesse o direito a deixar a prisão temporariamente, a juíza lembrou que Suzane foi prontamente localizada nos telefones fornecidos à Direção da Penitenciária de Tremembé. De acordo com a juíza, seria dever da administração penitenciária checar, em caso de dúvida, as informações transmitidas pelos detentos. “Se sua intenção fosse realmente burlar a vigilância ou descumprir condições estabelecidas para sua saída, certamente não teria permanecido no aludido sítio”, escreveu. Em 2002, Suzane foi condenada por planejar o assassinato de Manfred e Marisia Von Richthofen, em 31 de outubro de 2002. O crime foi cometido pelos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, este último o namorado de Suzane. Os irmãos golpearam a cabeça de Manfred e Marisia com barras de ferro enquanto os dois dormiam em sua mansão no Brooklin, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo. Marisia morreu asfixiada com uma toalha e um saco plástico. Suzane Von Richthofen estava em casa e acompanhou toda a ação. 

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