quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Volkswagen abre plano de demissão voluntária e renova o PPE em São Paulo


A Volkswagen firmou novo acordo coletivo com os metalúrgicos da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, para a abertura de PDV (Plano de Demissão Voluntária) e a renovação do programa que permite a redução de jornada e salários, o PPE. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com o acordo foi possível a manutenção dos empregos de 3.600 pessoas consideradas excedentes pela montadora. Hoje, a Volks tem cerca de 10.000 funcionários na fábrica. "Ajustamos os acordos que estavam em curso em função da queda na produção, que tem sido muito forte. Foi a negociação mais difícil com a Volkswagen", disse o diretor do sindicato, Wagner Santana. Em nota, a Volkswagen considerou a aprovação do acordo coletivo "um importante passo no aprimoramento das relações trabalhistas". "Empresa e Sindicato chegaram nesta semana a uma proposta que garantiu o equilíbrio entre as necessidades do negócio e dos trabalhadores, com elementos que nos permitirão fazer frente aos desafios atuais, por meio de mecanismos de adequação das estruturas de custos e de efetivo da unidade". Segundo comunicado do sindicato, o PDV terá início nesta quarta-feira (4) e será destinado aos funcionários da produção e administrativo. A tabela de incentivos é a mesma para os dois setores e varia de acordo com o tempo de casa do trabalhador e a data de adesão. Quem aderir no primeiro período - de 4 a 10 de agosto - recebe o valor previsto na tabela base (cerca de 0,5 salário por ano trabalhado) mais 20 salários. De 1º a 9 de setembro o pacote pagará o equivalente à tabela base mais 15 salários e para os que aderirem de 19 a 30 de setembro o valor será a tabela base mais 10 salários. O sindicato informou que o excedente de funcionários, se ainda existir após o PDV, será administrado por meio de layoff e da renovação do PPE, que poderá ser aplicado com redução de até 30% na jornada de trabalho e 15% nos salários. Atualmente, a Volkswagen opera com redução de jornada de 20%. Para o setor administrativo, haverá meta de 325 adesões. Ao final do período, se ainda houver excedente os trabalhadores serão colocados em layoff por até 5 meses e após esse período haverá o desligamento. A proposta inicial da fábrica, apresentada em 5 de julho, tinha como meta 1.100 adesões no setor. O acordo prevê, ainda, a alteração da data-base do próximo ano, do mês de março para setembro. A variação do INPC referentes aos 18 meses, de março deste ano a setembro de 2017, será convertido em abono salarial. Para o período de 2018 a 2021 fica mantida reposição anual de 100% do INPC. Segundo o sindicato, a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) deste ano será mantida no valor já previsto de R$ 11.800,00. De 2017 a 2021 a montadora pagará o valor do ano anterior corrigido pelo INPC. A proposta inicialmente apresentada pela fábrica, em 5 de julho, previa um período de 3 anos - de 2017 a 2019 - sem reajustes e uma PLR de R$ 4.600,00 em 2016. "Os funcionários da unidade terão garantia de estabilidade até 2021, desde que assegurado um volume de produção na fábrica de 120 mil veículos no ano. O volume atual de produção da está em 175 mil veículos por ano", informou o sindicato.

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