segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Volkswagen rompe com fornecedor e antecipa férias coletivas


A Volkswagen anunciou nesta segunda-feira (8) o rompimento com o grupo Prevent, dono de empresas de autopeças e que fornecia diversos itens para de veículos da marca alemã no Brasil. De acordo com a montadora, que tem 18 mil empregados no País, a falta de abastecimento por parte da antiga parceira fez a Volkswagen ficar mais de 120 dias com a produção parada somando as fábricas de São José dos Pinhais, no Paraná, Taubaté e São Bernardo do Campo, em São Paulo, deixando de produzir mais de 100 mil veículos no período. As três fábricas da montadora enfrentam problemas na produção desde meados de julho por falta de peças de carroceria provenientes da Fameq, empresa recém-adquirada pelo grupo Prevent. Antes disso, houve falta de fornecimento da Keiper, responsável por bancos. "Essa ação foi a última alternativa encontrada pela Volkswagen para normalizar a sua operação e mitigar os impactos em toda a cadeia produtiva. É uma medida que causa pesados custos à empresa. A transferência do ferramental, sua instalação, sua validação e a curva de aceleração até que a empresa opere normalmente, resultarão temporariamente em perdas de produção", disse a empresa, em comunicado. A montadora também anunciou que antecipará as férias coletivas de outubro para agosto. Segundo a Volkswagen, a relação de "mais de 40 anos" com a Fameq empresa mudou logo que ela foi comprada pelo Prevent, e passaram a ocorrer interrupções na entrega das peças. A montadora disse ter ido a Justiça requerer a retomada dos ferramentais de sua propriedade que se encontram nas unidades do grupo Prevent. A multinacional Prevent é dona de diversos fornecedores de autopeças. No 1º semestre, um deles, a Keiper, que produz bancos, interrompeu a entrega à montadora por diversas vezes, e a briga chegou à Justiça. Uma liminar obrigou a empresa a retomar o fornecimento e, ainda assim, continuaram as paralisações. A Volkswagem diz que a Prevent "reiteradamente faz solicitações de aumento de preços" e de "pagamento injustificado de valores (sem respaldo contratual ou econômico)". Em maio passado, a Keiper também levou a Fiat a parar a produção na fábrica de Betim (MG), a maior do País. Em junho passado, ante as novas paralisações no fornecimento, a Keiper afirmou que não tinha "nenhuma intenção contrária a não ser ver seu pleito atendido de forma a equilibrar seus custos de produção, os quais têm sido corroídos pela inflação, refletindo diretamente no seu fluxo de caixa". E que buscava junto à VW "uma solução que possa resultar em vantagem para ambas, a fim de manter a parceria existente durante anos".

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