quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Polícia deflagra megaoperação para prender suspeitos de matar candidatos na Baixada Fluminense


A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagraram na manhã desta quinta-feira uma megaoperação com o objetivo de apreender armas e objetos usados nas execuções de candidatos e pessoas envolvidas em campanhas eleitorais, na Baixada Fluminense. A Justiça expediu 14 mandados de busca e apreensão em casas, terrenos e galpões usados por suspeitos de participarem dos crimes em municípios da região, além de 12 pedidos de prisão temporária. Cerca de 150 policiais das três delegacias de Homicídios (Baixada, Capital e Niterói) participaram da ação, que apreendeu também quatro armas. Dos 14 assassinatos ocorridos nos últimos 10 meses, três homicídios de candidatos e de uma pessoa envolvida em campanhas eleitorais, na Baixada Fluminense, têm como motivação principal a disputa entre milicianos que atuam no furto de combustível da Petrobras e integrantes da “máfia do óleo” em Duque de Caxias. "Foi uma resposta que queríamos dar às organizações criminosas que estão cometendo homicídios na Baixada. As evidências para os três crimes bárbaros que ocorreram em Duque de Caxias, envolvendo pessoas ligadas à política, é de que a real motivação é a disputa pelos pontos com "bicas" (perfurações nos oleodutos da Petrobras), onde os criminosos furtam combustível. Nesta primeira etapa, estamos chegando aos negócios. Na próxima fase haverá as prisões dos autores dos crimes - disse o titular da DHBF, Giniton Lages. O promotor do Gaeco Fábio Correa que acompanha a operação, disse que as milícias tem como prática apoiar políticos com o dinheiro oriundo de atividades ilícitas. "Esse tipo de organização criminosa gravita na política a fim de obter benefícios. Uma outra etapa a ser investigada é onde esses recursos financeiros ilícitos estão sendo aplicados", disse o promotor. Uma das vítimas dos 14 casos investigados foi o pré-candidato Sérgio da Conceição de Almeida Júnior, o Berem do Pilar, cuja morte ocorreu no dia de 2 de julho na porta de casa, no bairro do Pilar. Ele entrou no mesmo ramo de negócios da organização criminosa: furto de combustível da Reduc. Segundo a DHBF, Denivaldo da Silva, assassinado quatro dias depois de Berem do Pilar, seria sócio do pré-candidato a vereador no novo empreendimento. A polícia descobriu, inclusive, que nos dois crimes foi usada a mesma pistola. A forma de atuação foi semelhante, com armas dos mesmos calibres. As duas execuções foram filmadas e comprovaram as semelhanças. O outro crime relacionado às execuções de Denivaldo e Berem é o homicídio de Leandro de Xerém. Além de morar no mesmo distrito da primeira vítima, Leandro da Silva, que tinha fama de andar com paramilitares no local, ligados à Denivaldo. Eles se apresentavam como "justiceiros". A polícia acredita que, pela brutalidade dos assassinatos, o propósito dos criminosos era o de servir de recado para outros que viessem a se aventurar nos negócios ilícitos da máfia dos combustíveis.

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