sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Acordo de delação premiada de Zwi Skornicki é homologado pela STF


O Ministério Público Federal protocolou um documento no sistema da Justiça Federal do Paraná informando ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, que o acordo de delação premiada do engenheiro Zwi Skornicki foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Skornicki foi detido na 23ª fase da Lava Jato, batizada de Acarajé, e atualmente cumpre prisão domiciliar. Na mesma etapa da operação foi preso o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, responsáveis pelas campanhas presidenciais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014. O casal teve pedido de liberdade provisória concedido pelo juiz Sérgio Moro em agosto deste ano. O engenheiro é réu na Lava Jato sob a acusação de intermediar propinas do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Dentre as afirmações dadas no acordo com o Ministério Público Federal, Zwi confessou que pagou US$ 4,5 milhões a João Santana, como caixa 2 da campanha de Dilma. Pelo acordo de delação, conforme o Ministério Público Federal, Zwi terá de devolver US$ 23,8 milhões mantidos em offshores e obtidos ilicitamente, além de mais de 50 obras de arte, algumas delas de artistas como Salvador Dalí e o kitsch Romero Brito. Skornicki também poderá pegar no máximo 15 anos de prisão em penas unificadas nos processos relacionados à Lava Jato, ainda conforme o Ministério Público Federal. Os investigadores consideram que a delação de Zwi Scornicki pode revelar se existe ligação entre os repasses do operador para João Santana e para a campanha presidencial petista de 2014. Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, Skornicki disse que foi Vaccari Neto quem levou a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, ao escritório dele, para receber uma dívida da campanha presidencial de 2010. O engenheiro disse também que pagou US$ 5 milhões e que descontou esse montante de uma quantia de propina que deveria ser endereçada ao PT. "Numa das visitas que o senhor Vaccari fez no meu escritório, ele disse que tinha que fazer um pagamento para o senhor João Santana e para a Senhora Mônica Moura. A senhora Mônica Moura esteve no meu escritório. Combinamos que o valor era de US$ 5 milhões que o senhor Vaccari tinha autorizado", afirmou. Segundo ele, o valor seria pago em 10 parcelas de US$ 500 mil. Conforme as investigações da Lava Jato, o patrimônio de Zwi Skornicki aumentou 35 vezes em 10 anos. 

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