domingo, 23 de outubro de 2016

Agente da Polícia Federal acusa Polícia do Senado de cárcere privado para blindar Collor


Principal alvo da Operação Métis, o diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo de Carvalho, é acusado por uma agente da Polícia Federal, Andréa Pinho Albuquerque, até de cárcere privado em trabalho para proteger o senador Fernando Collor de Melo. No dia 14 de julho de 2015, a Polícia Federal cumpria um mandado de busca e apreensão em um imóvel do parlamentar, como parte da Operação Politeia, quando sete policiais do Senado chegaram ao local minutos depois tentando obstruir a missão – o apartamento estava vazio. Segundo relato da policial, os agentes legislativos afirmavam que a ação era ilegal, pediam identificação e apresentação do mandado, tentando impedir o prosseguimento da operação. Em uma das vezes, quando a porta estava fechada, um dos policiais do Senado bateu gritando "é a Polícia!", como forma de coação. Ainda de acordo com o depoimento da Polícia Federal, depois de seguidas perturbações, quando a equipe deixava o apartamento, Carvalho impediu orientou os outros seis colegas para impedir a saída deles do local. "Fomos surpreendidos pela presença de sete policiais legislativos, que impediam a nossa saída. O diretor da Polícia do Senado esbravejava de forma bastante ríspida que a diligência estava eivada de nulidade (...) e determinou aos policiais que não deixassem ninguém sair. Entabulou-se, assim, um bate-boca. Foi então que eu informei que ele estaria praticando cárcere privado e se não permitisse a saída imediata da equipe ser-lhe-ia dada voz de prisão e ele seria encaminhado à sede da Polícia Federal", diz trecho do relato. A saída foi, então, permitida. Foram ao menos quatro tentativas de obstrução durante o tempo em que o mandado era cumprido. Áudios da discussão foram entregues para o coordenador da Operação Politeia, Tiago Delebary, e usados na investigação desta sexta-feira (21). De acordo com o depoimento de Geraldo César de Deus Oliveira, a ida dos policiais do Senado ao local foi um pedido de Collor para varredura, depois de saber que tinha sido alvo da Lava Jato.

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