quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Léo Pinheiro publica notas fiscais de caixa dois de ministro do TCU


A defesa do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, anexou ao processo da Lava Jato que investiga o ex-senador Gim Argello nove notas fiscais de pagamentos que somam R$ 2,5 milhões à empresa Construtora Planície. De acordo com o executivo, esses seriam pagamentos de caixa dois para a campanha do atual ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo, que se candidatava ao governo da Paraíba em 2014 pelo PMDB. Os valores teriam sido exigidos, de acordo com a defesa, pelos ex-senadores Gim Argello e Vital do Rêgo em troca de proteção à OAS durante as investigações da CPMI da Petrobras. “Léo Pinheiro revelou que “a OAS pagou”, além dos “R$ 350.000,00 de doação a paróquia lá de Brasília”, imputados na denúncia, “R$ 2.500.000,00, sendo R$ 1.000.000,00 em doação ao PMDB Nacional e R$ 1.500.000,00 através de caixa dois”, afirmaram os advogados de Léo Pinheiro na petição protocolada na segunda-feira. As transferências à Construtora Planície somam R$ 2,506 milhões. De acordo com a defesa, parte desta quantia foi utilizada para viabilizar o pagamento de caixa dois. Na nota fiscal, na área reservada à discriminação dos serviços sendo pagos, consta a locação de equipamentos para a obra do Canal do Sertão de janeiro a setembro. A defesa também protocolou registros de encontros com o ex-senador Gim Argello em quatro ocasiões entre abril e maio de 2014 que estavam na agenda de Léo Pinheiro. Em resposta à apresentação dos documentos, o juiz Sérgio Moro afirmou que eles foram protocolados intempestivamente pela defesa, uma vez que o suposto pagamento de propina retratado não faz parte da denúncia que, nesse caso, tem como alvo apenas o ex-senador Gim Argello. Moro afirmou que definirá o destino do material na sentença do processo, que já está na fase das alegações finais dos envolvidos. Em nota, Vital do Rêgo afirmou que não recebeu recursos da empresa Planície para sua campanha eleitoral. Reitera que jamais negociou, com quem quer que seja, valores relacionados a doações ilícitas de campanhas eleitorais ou qualquer tipo de vantagem pessoal indevida. Os responsáveis pela Construtora Planície não foram encontrados.

Nenhum comentário: