terça-feira, 4 de outubro de 2016

População da região Sul vota pela separação do Brasil em plebiscito informal



Se dependesse de 95,75% das 617.543 pessoas que votaram no plebiscito informal do último sábado (1), um novo país seria criado com a separação do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná do resto do Brasil. O número de participantes foi inferior à meta inicial planejada, de 1 milhão de pessoas, o equivalente a 5% dos eleitores do Sul. De acordo com o movimento separatista "O Sul é meu país", apenas 4,25% dos participantes foram contrários ao projeto. A maior parte dos votos contrários foram concentrados no Paraná, onde 11,18% de 24.051 pessoas votaram "não". O Rio Grande do Sul teve a menor porcentagem de contrários à separação: apenas 2,79% de 320.280 votantes. Em Santa Catarina, 5,37% das 273.212 pessoas que votaram também responderam negativamente ao separatismo. De acordo com o advogado e integrante do movimento Adelar Bittencourt, de 43 anos, de São Lourenço do Sul (RS), "todas as urnas foram escrutinadas em frente a testemunhas públicas" e os dados de cada município foram remetidos a um sistema eletrônico. Uma das principais razões para separar o Sul do Brasil, de acordo com o movimento, é a diferença entre o que os Estados arrecadam para a União e o que é devolvido em forma de investimento direto. O líder catarinense Celso Deucher, de 49 anos, que faz parte do grupo de "intelectuais" do movimento, alega que o Sul "não pode continuar escravo de Brasília". Deucher também é adepto da idéia de "Estado mínimo" e se considera um "capitalista e liberal, sem nenhum constrangimento". Para ele, um bom exemplo a ser seguido pelo novo país seria o da Suíça, país que ele já visitou quatro vezes. A ideia original era realizar a enquete na mesma data das eleições municipais, mas a iniciativa foi vetada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), no final de julho. A decisão do desembargador Cesar Augusto Mimoso Ruiz Abreu alegava que a consulta poderia atrapalhar as eleições. Abreu também entendeu a votação como uma tentativa de desmembrar parte do território nacional, o que é considerado um crime com pena que varia de quatro a 12 anos de prisão. O crime citado pelo TRE está previsto na lei 7.170, no artigo 11. Para o desembargador, no entanto, como a data foi alterada, não havia nenhum impedimento para o "Plebisul", como foi batizada a votação.

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