sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Zavascki divide principal inquérito da Lava Jato e inclui Lula


O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal,  autorizou nesta quinta (6) o fatiamento do principal inquérito da Operação Lava Jato em tramitação na corte. Chamado de "quadrilhão", ele mira o núcleo político do suposto esquema de corrupção da Petrobras. Ao acolher o pedido feito pela Procuradoria-Geral da República, Zavascki dividiu esse procedimento em quatro inquéritos diferentes e incluiu em um deles o poderoso chefão da Orcrim petista e ex-presidente Lula, conforme pleiteou o Ministério Público. A investigação foi aberta em março do ano passado e focava em 66 políticos filiados a PT, PMDB e PP. Com o fatiamento será instaurada uma investigação sobre a atuação dos políticos do PT e outra para os do PP. Um terceiro terá como alvo os quadros do PMDB no Senado e, o último, os peemedebistas da Câmara. Na lista de suspeitos, além de Lula, estão personagens como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o ex-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA); e presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). No parecer em que pede a separação dos casos, o procurador Rodrigo Janot afirma que políticos de diferentes partidos se organizaram em uma estrutura criminosa para desviar recursos da Petrobras e de outros órgãos da administração pública. "Como destacado, alguns membros de determinadas agremiações organizaram-se internamente, valendo-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para cometimento de crimes contra a administração pública", diz Janot. Na peça, o Procurador Geral da República descreve os políticos investigados como integrantes de uma quadrilha organizada. "Elementos de informação que compõem o presente inquérito modularam um desenho de um grupo criminoso organizado único, amplo e complexo, com uma miríade de atores que se interligam em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e outra em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes", detalha.

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