terça-feira, 29 de novembro de 2016

Avião desastrado que transportava time da Chapecoense é inglês e deixou de ser fabricado em 2001


O único avião da companhia aérea boliviana Lamia, que transportava a delegação da Chapecoense, foi um dos principais jatos regionais das décadas de 80 e 90, mas já não era produzido desde 2002. De origem britânica, o Avro RJ85 nasceu como British Aerospace 146 e tinha uma configuração original, com asas altas e quatro pequenos motores turbofans sob as asas, além de capacidade para transportar de 70 a até mais de 100 passageiros. Um dos seus diferenciais é justamente operar em pistas curtas, característica necessária em regiões com pouca infraestrutura aeroportuária ou mesmo montanhosa como o local da queda do avião. O exemplar que levava o time brasileiro para Medellín, na Colômbia, foi fabricado em 1999 e entregue originalmente para a companhia regional americana Mesaba. Em 2007 foi repassado para a empresa irlandesa CityJet e chegou a voar com as cores da Air France. Em 2013, foi comprado pela Lamia para operar na Venezuela. No ano passado, ele passou a voar na Bolívia. Durante os 23 anos de produção foram fabricados 387 unidades do quadrirreator, mas a linha de montagem foi encerrada em 2001, época em que novos jatos como o brasileiro E190, mais econômicos e modernos, tornaram o modelo inglês caro de operar. No Brasil, inclusive, o jato chegou a voar logo no início da carreira, na extinha companhia regional Taba, que operava na região amazônica, mas sofreu pelo calor e umidade do local e logo foi devolvido. No começo dos anos 90, a companhia Air Brasil, do grupo mineiro Líder Aviação, chegou a trazer ao País dois exemplares para início de operação, porém, o projeto acabou cancelado antes de chegar ao mercado.


A tripulação da companhia Lamia era de origem venezuelana. O Avro RJ85 não tinha um acidente fatal desde 2002, segundo o site Aviation Safety, sobre segurança aérea, mas a versão anterior, BAe 146, registrou três acidentes nos últimos três anos, com companhias do Leste Europeu e também na África. No total, há registro de 17 acidentes fatais.


A companhia Lamia surgiu na Venezuela em 2013 e operou uma pequena frota de aviões regionais até deixar de voar. No ano passado, ressurgiu na Bolívia apenas com o RJ85 de prefixo cP-2933 acidentado na noite do dia 28 de novembro. (Airway)

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