terça-feira, 1 de novembro de 2016

Repatriação de dinheiro mantido no Exterior deve bater expectativa do governo


No último dia do prazo final para a regularização de ativos no Exterior, o governo já tinha chegado próximo da meta de arrecadação de 50 bilhões de reais com a chamada Lei da Repatriação. Os contribuintes tinham até a meia-noite desta segunda-feira para declarar seus bens no Exterior mantidos até dezembro de 2014. Isso podia ser feito pagando o imposto devido e mais uma multa que, somados, equivalem a 30% da riqueza sonegada. Com os valores arrecadados chegando a quase 50 bilhões de reais, o total de Declarações de Regularização Cambial e Tributária (Dercat) entregues à Receita Federal até a noite de domingo ultrapassava o volume de 160 bilhões de reais em ativos regularizados. O grande volume demonstrou que, ao contrário de outros países que não tiveram tanto sucesso, o modelo adotado pelo Brasil funcionou por ter alíquotas em níveis próximos das alíquotas normais do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). Pelo programa, os contribuintes que enviaram dinheiro ao Exterior sem declarar à Receita podem trazer os recursos de volta ao País pagando alíquota de Imposto de Renda de 15%, mais multa de 15%. A lei prevê anistia às pessoas que aderirem ao programa dos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsificação de dados. “Tal adesão só foi possível porque os contribuintes que tinham recursos sonegados têm alta percepção do risco de que, se não regularizarem, serão identificamos e autuados pela fiscalização da Receita”, disse uma fonte: “Isso mostra um Fisco forte, com instrumentos para identificar recursos no Exterior a partir de 2017". Na avaliação do governo, o ritmo de declarações no início de outubro foi prejudicado pelas tentativas de alteração na lei pela Câmara dos Deputados. A Câmara o faria por meio de um projeto que, entre outras medidas, adiava o prazo final do programa para novembro. “Várias notícias sobre prorrogação e alteração do modelo criaram expectativas indevidas”, acrescentou a fonte. Na última sexta-feira, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, adiantou que o dinheiro extra da Lei de Repatriação será usado para quitar os chamados “restos a pagar” em aberto de obras e programas que deveriam ter sido pagos em anos anteriores. No mesmo dia, a juíza federal substituta Diana Maria Wanderlei da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, negou pedido da mulher do deputado cassado Eduardo Cunha, Cláudia Cordeiro Cruz, para participar do programa.

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