sábado, 3 de dezembro de 2016

Executivos da Odebrecht terminam de assinar acordos de delação



Após mais de nove meses de negociação, a Odebrecht concluiu na tarde desta sexta-feira a fase de assinatura dos acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal. Entre quinta e seta-feiras, 77 executivos e ex-executivos da empresa formalizaram o acordo de delação com a Lava Jato e a partir da semana que vem começarão a prestar depoimentos para confirmar o que prometeram contar sobre o esquema de corrupção e propina no qual se envolveram. Entre os executivos que assinaram o acordo estão o patriarca e o presidente do Conselho de Administração do grupo, Emílio Odebrecht, e seu filho, o ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht. Os últimos acordos foram assinados na tarde desta sexta-feira na sede da Procuradoria-Geral da República. Até agora, os contatos entre investigadores e advogados da empresa aconteciam em uma “mesa de negociação”, marcados por tensão dos dois lados. Os procuradores da República exigiam mais informações por um lado, enquanto advogados tentavam reduzir a pena dos clientes de outro. A partir de agora, com as assinaturas, esta fase está encerrada. Os executivos já detalharam, em anexos, o que vão dizer e em troca já sabem a pena que irão cumprir. Marcelo Odebrecht, por exemplo, cumprirá uma pena total de dez anos, na qual deve permanecer até o final de 2017 na cadeia. Depois, passa a dois anos e meio de prisão domiciliar, onde progride para o semiaberto e, por fim, para o regime aberto. A empresa também negociou um acordo de leniência, assinado ontem, no qual se compromete a pagar uma multa no valor de 6,8 bilhões de reais. O dinheiro será parcelado em 23 anos e dividido entre Brasil, Estados Unidos e Suíça. Ainda não há calendário definido pelos investigadores sobre a ordem em que os executivos serão ouvidos a partir da semana que vem. 

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